MP revela jogos da Série A que têm suspeitas de manipulação de resultado

Ministério Público de Goiás revela os jogos do último Brasileirão que estão sob investigação por suspeitas de manipulação ligadas à apostas esportivas

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O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou na manhã de hoje (18/04) a Operação Penalidade Máxima II, visando à obtenção de novos vestígios da atuação de organização criminosa especializada na manipulação de resultados esportivos de jogos de futebol profissional – inclusive do Brasileirão Série A.

Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos 5 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em 5 partidas de campeonatos estaduais, entre eles, os campeonatos goiano, gaúcho, mato-grossense e paulista, todos deste ano.




Estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 Estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores de Goiás.

Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).




Os Gaecos dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e o Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das Polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, dão apoio ao cumprimento das diligências.

Trata-se de desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro de 2023, a qual resultou no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.




Derrota no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões rendiam até R$ 100 mil para jogador participante do esquema

Conforme já apurado, o grupo criminoso atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil aos atletas para que eles cometessem eventos determinados nos jogos.




A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.

Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos.




As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, artigos 41-C e 41-D, do Estatuto do Torcedor, e artigo 1º da Lei n. 9.613/1998.

Entre promotores (as), servidores (as) e policiais envolvidos no cumprimento das diligências, foram 17 pessoas em Goiás, 79 em São Paulo, 16 em Santa Catarina, 16 no Rio Grande do Sul, 12 em Pernambuco e 4 no Rio de Janeiro.




Jogos em investigação

A princípio, cinco jogos foram colocados em discussão, todos referentes a penúltima e última rodada do Brasileirão de 2022. Santos x Avaí, no dia 5 de novembro, é investigado por tentativa de cooptação de atleta do Peixão para ser punido com cartão amarelo.




Diferente das partidas Bragantino x América-MG (05/11), Goiás x Juventude (05/11) e Cuiabá x Palmeiras (05/11), todos com um aliciamento para um ou dois atletas serem punidos com um cartão amarelo. Por fim, Santos x Botafogo (10/11), teve um atleta cooptado para levar um cartão vermelho.

No entanto, o confronto entre Juventude x Palmeiras (10/09) também teve um aliciamento para um atleta ser punido com um cartão amarelo. “Eram os cinco jogos que estavam no escopo de investigação nessa operação. Mas durante o cumprimento de um dos mandados, um atleta confessou participação em outro jogo, em setembro, também sobre cartão amarelo”, explicou Fernando Cesconeto, promotor do MP.




Fonte: Gaeco / SportBuzz




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