Dia Mundial da Tireoide: 60% das pessoas que tem doenças da tiroide não sabem

Segundo a OMS, cerca de 750 milhões de pessoas sofrem de distúrbios da glândula

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A tireoide pode não ser o primeiro órgão humano a vir à mente, mas é essencial para o funcionamento de muitos outros, incluindo o coração e o cérebro. Essa glândula, cujo formato lembra o de uma borboleta, está localizada na parte superior do pescoço e é responsável pela produção e regulação de três hormônios que atuam no metabolismo (funcionamento do corpo): T3 (triiodotironina), T4 (tiroxina) e calcitonina.

Tamanha é a importância do órgão que, desde 2007, os países celebram o Dia Internacional da Tireoide, em 25 de maio, com o objetivo de conscientizar a população a respeito dos ‘distúrbios da glândula’, quando há alteração na produção dos hormônios, gerando consequências para todo o corpo.




“Os distúrbios na tireoide influenciam no bem-estar e têm impactos diretos na qualidade de vida dos pacientes. Por isso, é preciso observar atentamente a produção dos hormônios”, explica o endocrinologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Wilson Cunha Jr.

As duas condições mais comuns são o hipotireoidismo (produção de hormônios em baixa) e o hipertireoidismo (produção excessiva). De acordo com o médico, enquanto a primeira causa lentidão no funcionamento do organismo, gerando, dentre outros sintomas, cansaço e perda de memória, a segunda pode ocasionar tremores, taquicardia e perda de peso.




Outro distúrbio é o chamado ‘bócio’, quando há aumento no volume da glândula. O inchaço costuma ser palpável e visível, e está associado ao hipo e hipertireoidismo, mas também pode ocorrer na gravidez ou por falta de iodo. Por fim, há, ainda, possibilidade de surgirem nódulos na tireoide. Conforme o Ministério da Saúde, são benignos em 95% dos casos, mas 5% podem estar associados ao câncer de tireoide, o que reforça a necessidade de acompanhamentos e cuidados.

Diagnóstico




Uma das maneiras de fazer o reconhecimento inicial de mudanças na tireoide é apalpar a glândula na região do pescoço. No entanto, como alerta a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), nem sempre as alterações podem gerar inchaço. Por isso, é importante procurar um médico, que pode avaliar a necessidade de exames laboratoriais.

Apenas uma amostra de sangue permite verificar os níveis dos hormônios T3, T4 livre, TSH [hormônio tireoestimulante], e também analisar a presença de anticorpos. Além disso, exames de imagem, como ultrassom ou cintilografia, podem indicar se há presença de nódulos na glândula.




A amostra de sangue é utilizada, por exemplo, no exame de dosagem do hormônio TSH, explica a biomédica e assessora científica do Sabin, Gabriele Mesquita. “Temos também os exames de Antiperoxidase (TPO), Anticorpos Anti Tireoglobulina (Anti-Tg) e Anti Receptores de TSH (TRAb). Todos são utilizados para detectar doenças tireoidianas autoimunes (DTA), como a doença de Graves e a tireoidite de Hashimoto. Essas enfermidades são a causa mais comum do hiper e do hipotireoidismo”, comenta Gabriele Mesquita.

Outros exames de método similar são o de dosagem dos hormônios T4 livre e T3 total ou livre. O primeiro auxilia no diagnóstico e acompanhamento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo. Já o segundo tem o mesmo objetivo, porém, apenas com o hipertireoidismo.




Um dos pontos positivos dos testes é que além de não serem invasivos, não necessitam de qualquer preparo específico, como o jejum. “Os resultados variam a depender do exame, podendo ser entre dois e quatro dias úteis”, informa a biomédica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de alguma doença relacionada à tireoide, sendo que aproximadamente 60% desconhecem ter problemas na glândula. A Dra. Adelina explica que, na maioria dos casos em que os nódulos são descobertos sem conhecimento do paciente, cerca de 90% a 95% são benignos. No entanto, os outros 5% a 10% podem ser malignos, o que envolve o câncer de tireoide.




Doenças da tireoide: milhões de pessoas afetadas, a maioria sem conhecimento

Uma preocupante estatística revelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que aproximadamente 750 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por doenças relacionadas à tireoide. O alarmante é que cerca de 60% desses indivíduos desconhecem que possuem algum problema na glândula.




A Dra. Adelina, especialista em endocrinologia, ressalta que, na maioria dos casos em que os nódulos da tireoide são descobertos sem o conhecimento do paciente, aproximadamente 90% a 95% são benignos. No entanto, existe uma parcela de 5% a 10% que pode apresentar malignidade, envolvendo o câncer de tireoide.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que haverá cerca de 16.660 novos casos de câncer de tireoide por ano no triênio de 2023 a 2025. Dessas ocorrências, 2.500 serão em homens e 14.160 em mulheres. A Dra. Adelina destaca que a grande maioria desses casos não apresenta uma gravidade significativa, com 95% deles apresentando um comportamento benigno.




O tratamento padrão para o câncer de tireoide é a cirurgia, que resulta na cura na grande maioria dos casos. É fundamental que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas relacionados à tireoide, como alterações na voz, dificuldade para engolir, inchaço no pescoço e alterações no peso. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado são essenciais para o controle e tratamento eficaz dessas doenças.

É importante destacar que, embora a maioria dos nódulos e doenças da tireoide sejam benignos, é fundamental realizar exames periódicos e buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, garantindo assim a saúde e o bem-estar dos indivíduos afetados. A conscientização sobre a importância da tireoide e sua relação com a saúde geral é essencial para enfrentar essas condições de forma efetiva e proporcionar uma melhor qualidade de vida para milhões de pessoas em todo o mundo.




Fonte: Michele Vieira Leocádio

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