Febre Maculosa: saiba como agir em caso de contaminação

Professor da Escola de Medicina comenta sobre a doença e orienta como lidar com o carrapato responsável por sua transmissão

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A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia, transmitida pela picada de carrapato-estrela e que pode atingir humanos e animais. Existem duas apresentações da doença no Brasil: uma com alto potencial de letalidade, causada pela espécie Rickettsia rickettsii, e uma mais branda e não-letal, causada pela espécie Rickettsia parkeri. A doença não é passada diretamente de pessoa para pessoa, nem pelo contato com outros animais infectados, apenas por meio da picada do carrapato infectado.

As formas graves da febre maculosa têm sido registradas apenas na região sudeste e no Paraná. Até hoje, nunca foi registrada no Rio Grande do Sul. Sua evidência chegou de forma ampla depois que mais de 15 pessoas que estiveram em um evento em Campinas, em São Paulo, apresentaram sintomas ou morreram em decorrência da contaminação da doença. O professor e pesquisador da Escola de Medicina Marcelo Scotta explica que, no estado gaúcho, o carrapato responsável pela febre maculosa não ocorre por questões climáticas e, desta forma, a transmissão é baseada em outras espécies.




De acordo com o médico especialista em infectologia, os principais sintomas da febre maculosa são febres, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e dor muscular constante. Além disso, os contaminados podem apresentar inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.
Formas de tratamentos e principais recomendações

O tratamento oportuno da Febre Maculosa é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O professor Scotta explica que o tratamento é realizado com antibióticos específicos e deve ser iniciado o mais rápido possível.




O docente pontua que existem estudos em fases iniciais com vacinas para os animais acometidos pelo carrapato-estrela como capivaras, gambás, cavalos, bois e cachorros, com potencial de proteção indireta ao ser humano. Porém, as indicações que Scotta apresenta é que a melhor forma de prevenção e combate à doença é evitando a picada através de diversos cuidados.

Dentre eles o professor da Escola de Medicina ressalta evitar andar em locais com grama ou vegetação alta, porém quando for o caso de caminhar em áreas como estas, o indicado é o uso de roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro, assim como usar calças, botas e blusas com mangas compridas e usar repelentes de insetos. Além disso, é preciso estar sempre atento com a presença de carrapatos em si ou nos animais de estimação.




Em casos em que o carrapato for encontrado no corpo, Scotta recomenda removê-lo usando uma pinça, além disso, não apertar ou esmagar o carrapato, mas sim puxar com cuidado e firmeza. Após feita a remoção do carrapato inteiro, recomenda-se lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água.

“Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos”, finaliza o médico.




Fonte: PUC RS




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