Beber de 2 a 3 xícaras de café por dia reduz risco de doenças cardiovasculares
O café possui alguns compostos biologicamente ativos que têm efeito anti-inflamatório, reduzem o estresse oxidativo e ajudam a modular os efeitos da glicose
Uma notícia animadora para os apreciadores de café: estudos recentes publicados no European Journal of Preventive Cardiology revelam que consumir de duas a três xícaras de café por dia, seja ele descafeinado, moído ou instantâneo, está associado à redução no risco de doenças cardiovasculares e mortalidade. O consumo de café em pó ou instantâneo também demonstrou benefícios, incluindo a diminuição do risco de arritmia cardíaca. Essa nova perspectiva desafia a antiga crença de que o café prejudica a saúde do coração.
Por muitos anos, o consumo de café foi desencorajado devido à preocupação com a cafeína e seu possível impacto negativo no coração. No entanto, estudos recentes têm destacado os componentes benéficos do café, que contém mais de 100 substâncias biológicas diversas com potencial protetor.
A pesquisa em questão buscou avaliar os efeitos de diferentes tipos de café (descafeinado, moído e instantâneo) na saúde cardiovascular. Os resultados são encorajadores, demonstrando que o consumo moderado de café é seguro e benéfico.
O estudo acompanhou quase 450 mil participantes no Reino Unido por um período de 12,5 anos, analisando seu consumo de café e os tipos preferidos. Os resultados indicam que beber de uma a cinco xícaras por dia de café em pó ou instantâneo (exceto o descafeinado) está associado a uma redução significativa no risco de arritmias. Além disso, consumir de duas a três xícaras por dia de qualquer tipo de café foi relacionado a uma diminuição do risco de doença cardiovascular, incluindo insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral isquêmico.
Mas quais mecanismos podem estar por trás desses efeitos protetores? De acordo com o cardiologista Humberto Graner, o medo do consumo de café por pessoas com problemas cardíacos estava relacionado principalmente à cafeína. No entanto, ele explica que o café contém outros compostos biologicamente ativos que podem explicar seus efeitos benéficos, como substâncias anti-inflamatórias, redutores de estresse oxidativo, melhora na microbiota intestinal, modulação dos efeitos da glicose e do metabolismo da gordura, entre outros.
Graner acrescenta que a cafeína também aumenta o gasto energético e, a longo prazo, pode contribuir para a redução do diabetes tipo 2, aumentando a queima de glicose no sangue.
Essas descobertas se somam a pesquisas recentes que destacam os benefícios do consumo moderado de café. Os especialistas recomendam a moderação, e embora não incentivem os pacientes a começar a beber café, esses resultados ajudam a orientar aqueles que já o consomem a fazê-lo com equilíbrio. A mensagem final é: aproveite seu café com moderação, ele pode ser uma adição saudável à sua rotina diária.
Fonte: Guia Muriaé, com informações da CNN