Foi vítima de um golpe? Veja como pedir o seu Pix de volta
De cada três pedidos de devolução de Pix, um é aceito, afirma Banco Central
Nos primeiros nove meses de 2024, o Banco Central (BC) aceitou um terço dos pedidos de devolução de transferências via Pix devido a suspeitas de fraude.
O Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta implementada para assegurar a recuperação de valores indevidamente transferidos, possibilitou o retorno de R$ 392,7 milhões aos clientes bancários de janeiro a setembro, atendendo 1,13 milhão de solicitações de um total de 3,56 milhões. O montante representa um aumento de 47,6% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram devolvidos R$ 266 milhões.
Em setembro, o BC registrou mais de 165 mil devoluções, enquanto o maior volume mensal devolvido ocorreu em agosto, com R$ 83,4 milhões. Contudo, ainda resta um saldo expressivo de R$ 4,4 bilhões que não foram recuperados. O caso de Iran Pereira, mensageiro de hotel, ilustra a situação. Em abril, ele transferiu R$ 15 mil para um suposto atendente do Nubank, enganado por uma ligação que o orientou a enviar o valor por Pix a uma chave anônima. Após perceber o erro e buscar ajuda no banco, foi informado de que o dinheiro havia sido repassado para uma terceira conta, impossibilitando a devolução.
Perspectiva de melhorias no sistema de devolução
O Banco Central planeja mudanças no MED, visando ampliar a segurança das transferências via Pix. Atualmente, o sistema permite o rastreio apenas até a primeira conta de destino; no entanto, a partir de 2026, o monitoramento incluirá movimentações subsequentes, dificultando a dispersão dos recursos desviados por criminosos. Segundo Walter Faria, diretor-adjunto da Febraban, o aprimoramento do sistema visa enfrentar estratégias dos fraudadores que pulverizam o dinheiro em múltiplas contas para dificultar sua localização.
A Febraban, em parceria com o Banco Central, está à frente dos ajustes no MED, com foco na prevenção de golpes. Além disso, o BC assegura que casos de falhas operacionais, como transferências duplicadas, também são passíveis de restituição. Entre janeiro e setembro deste ano, mais de R$ 40,7 milhões foram devolvidos por esse motivo.
Soluções de segurança oferecidas por instituições financeiras
Para fortalecer a proteção dos consumidores, diversos bancos implementaram medidas de segurança adicionais. O Bradesco, por exemplo, conta com a ferramenta Bradesco Inteligência Artificial (BIA), que verifica transações suspeitas via WhatsApp com um perfil verificado. O Nubank utiliza alertas de possíveis golpes e Defesas Inteligentes para monitorar atividades que se desviem dos padrões usuais dos clientes. O Itaú oferece bloqueios preventivos e envia notificações sobre operações incomuns, enquanto o Banco do Brasil segue os protocolos recomendados pelo Banco Central.
O BC orienta que vítimas de fraude Pix registrem boletim de ocorrência e ressalta que o MED permite o bloqueio dos valores na conta receptora até que a análise seja concluída. Caso o valor não esteja mais disponível, o banco da conta receptora deverá monitorá-la até o 90º dia após a transferência, para efetuar a devolução caso novos créditos sejam recebidos.
Proteção digital nos dispositivos móveis
Alguns fabricantes de celulares também oferecem recursos de segurança. A Motorola disponibiliza o aplicativo Moto Secure, voltado para proteger dados e dispositivos em caso de roubo ou perda. A Xiaomi permite o bloqueio de aplicativos e a criação de um segundo espaço com senha adicional. Esses recursos, em conjunto com as medidas bancárias, ajudam a minimizar os riscos de perda financeira em fraudes digitais.
A expectativa é que os avanços no sistema de devolução do Banco Central contribuam para mitigar fraudes no Pix, ampliando a confiabilidade dessa modalidade de pagamento no cenário brasileiro.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal Extra
Receba nossas notícias direto no seu WhatsApp! Envie uma mensagem para o número (32) 99125-5754 ou pelo link 
