Investimento: a partir de novembro, será possível comprar títulos públicos com menos de R$ 30
Além do valor mínimo, haverá alteração no limite máximo para a carteira de títulos adquirida pelo investidor durante o mês, além do lançamento de um cartão-presente. O EXTRA também lista alternativas para quem não pode aplicar muito dinheiro, mas não quer deixar de investir
A partir de 18 de novembro, brasileiros com menor poder de investimento terão uma nova oportunidade de fazer seu dinheiro render por meio do Tesouro Direto, que permitirá a compra de frações de títulos públicos com valores inferiores ao limite mínimo atual de R$ 30.
A mudança busca tornar essa modalidade de investimento mais acessível, permitindo a compra a partir de apenas 1% do valor do título. Assim, se um título custa R$ 768,16, o valor mínimo de investimento será de R$ 7,68.
Cintia Senna, educadora financeira da DSOP, avalia que a novidade atrairá novos investidores: “Antes, quem quisesse adquirir o Tesouro Prefixado 2027, que custa R$ 768,16, precisaria desembolsar R$ 30,72. Agora, a partir de R$ 7,68 será possível começar a investir nesse mesmo título”, explicou a especialista.
O Tesouro Direto também ampliará o limite mensal de compra, que passará de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões. Além disso, uma nova opção de investimento será lançada — o Gift Card B3, que permitirá a doação de créditos para aquisição de títulos públicos, sendo adquirido por Pix e enviado como presente ao beneficiado. Para compra do cartão, é necessário ser maior de 18 anos e fornecer informações como nome, CPF e contato do presenteado, que será notificado por e-mail ou SMS.
Investir com pouco: é viável?
Investir mesmo com valores baixos é viável e vantajoso, segundo especialistas. Cintia Senna simula que, ao investir R$ 7,68 mensais no Tesouro Prefixado 2027, um investidor poderá resgatar R$ 237,27 ao fim do período, considerando um rendimento anual de 12,92%. Esse montante é resultado de um total aplicado de R$ 207,36, com juros acumulados de R$ 29,91 — quase quatro vezes o valor de um aporte mensal.
Luis Felipe Cavalcante, economista e coordenador da Estácio, reforça que o rendimento percentual é o mesmo para quem investe valores altos ou baixos, o que torna o investimento acessível para diferentes perfis. “Se uma pessoa investe mil reais no Tesouro Prefixado 2031, com rendimento anual de 12,98%, terá um ganho de R$ 129,80. Alguém que investir R$ 10, por sua vez, receberá R$ 1,29 — proporcionalmente, o rendimento é equivalente”, destacou.
Alternativas acessíveis de investimento
Além do Tesouro Direto, iniciantes com pouco capital podem considerar outras opções. A poupança, embora de fácil acesso, tem rendimentos limitados, o que pode não ser vantajoso a longo prazo. Por outro lado, o investimento em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de liquidez diária apresenta rendimentos mais atrativos e permite aportes a partir de R$ 50 em algumas instituições financeiras.
Para quem pode destinar um pouco mais mensalmente, as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) são alternativas isentas de Imposto de Renda e voltadas a setores estratégicos, com aplicações mínimas a partir de R$ 100. Esses investimentos diversificam a carteira e ampliam as possibilidades de retorno sem aumento expressivo do risco.
A reformulação no Tesouro Direto visa democratizar o acesso a investimentos, incentivando a formação de patrimônio e a independência financeira para diferentes perfis de investidores brasileiros.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal Extra
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