Alzheimer, Parkinson, Covid-19: perda de olfato está ligada a mais de 100 doenças, diz novo estudo; entenda

Até antes da pandemia, a perda de olfato era considerado um pequeno inconveniente, porém, ele pode ser um sinal precoce para 139 condições médicas

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Antes da pandemia de Covid-19, a perda de olfato era vista como um incômodo ocasional, associado a gripes, rinites ou sinusites. Contudo, com a crescente consciência sobre os efeitos persistentes da Covid-19, essa condição passou a receber mais atenção e estudos.

Recentemente, pesquisadores das Universidades da Califórnia e de Oxford descobriram que a perda olfativa pode indicar a presença precoce de até 139 condições médicas, incluindo Alzheimer, Parkinson e depressão pós-parto. As conclusões foram publicadas na revista Frontiers in Molecular Neuroscience.




O estudo sugere que a perda de olfato pode estar ligada a processos inflamatórios, atuando como um mecanismo que afeta a saúde mental e cognitiva. Segundo os cientistas, essa inflamação pode impactar o olfato e também favorecer o surgimento de sintomas associados a essas condições, destacando a importância desse sentido no diagnóstico precoce.

De acordo com Fabrizio Romano, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, o sistema olfativo, parte fundamental do sistema nervoso, pode fornecer pistas de problemas neurológicos antes mesmo que os sintomas clássicos surjam. “Nas doenças que afetam o sistema nervoso central, como Parkinson e Alzheimer, a perda olfativa pode ser um indicador precoce”, explica.




Entretanto, ao contrário de sintomas de gripes e resfriados, a perda olfativa costuma surgir de forma súbita ou gradual, muitas vezes sem sinais de alerta. Essa mudança na percepção de cheiros, causada por fatores como infecções virais ou inflamações crônicas, pode aparecer sem aviso prévio, o que dificulta sua prevenção.

O Enriquecimento Olfativo como Alternativa Preventiva

A pesquisa também trouxe uma abordagem positiva para o problema: o enriquecimento olfativo. Esse método, que consiste em estimular o olfato através de aromas específicos, pode ajudar a mitigar os efeitos da perda olfativa e até melhorar a memória, especialmente em adultos mais velhos. Estudos mostram que o enriquecimento olfativo pode aumentar em até 226% o desempenho da memória de pessoas idosas, segundo Michael Leon, professor da Universidade da Califórnia e primeiro autor da pesquisa.




Esse estímulo regular com aromas específicos ajuda a reduzir inflamações, podendo contribuir para retardar ou prevenir sintomas de doenças neurológicas. No Brasil, já estão disponíveis técnicas como o treinamento olfativo, que utiliza essências de eucalipto, limão, rosa e cravo para reativar as vias olfativas. O método é simples e consiste em cheirar cada aroma por 15 segundos, duas vezes ao dia, para fortalecer o olfato e potencialmente preservar a saúde mental.

Avanços na Avaliação Olfativa

Fabrizio Romano destaca que o enriquecimento olfativo pode se tornar uma prática de rotina para pacientes em faixas etárias específicas, a fim de avaliar a saúde neurológica. Esse tipo de diagnóstico precoce, associado a outras práticas preventivas, pode se revelar um importante aliado no combate a doenças degenerativas.




Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Globo




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