Oficina debate propostas para a mobilidade urbana em Muriaé
A elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana teve mais uma etapa no início da semana. Na segunda-feira (4), foi realizada no Teatro Gregório de Mattos Guerra a 1ª Oficina Participativa, em que a população pôde tomar conhecimento do que já foi desenvolvido até o momento, além de colaborar com ideias e sugestões que serão levadas em consideração na execução das próximas fases.
O encontro foi dividido em duas sessões. Pela manhã, o arquiteto Rafael Siqueira, da TC Urbes – empresa paulista especializada projetos de mobilidade urbana e que venceu a licitação para elaboração do plano muriaeense – resumiu as atividades que já foram feitas até o momento e apresentou o resultado do pré-diagnóstico, desenvolvido a partir de informações através dos trabalhos em campo e do questionário online que foi veiculado em março deste ano; à tarde, os participantes dividiram-se em três grupos e apresentaram suas sugestões em relação à melhoria da mobilidade para pedestres e ciclistas, utilizadores de transporte público e para automóveis e motos.
O foco principal do plano é apresentar propostas que priorizem a mobilidade urbana para pedestres, ciclistas, ônibus e táxis, desestimulando a utilização de veículos particulares – especialmente em trajetos considerados curtos. Porém, de acordo com os dados que foram apresentados, a TC Urbes não terá vida fácil para elaborar o material – isso porque os números revelam que 51,1% dos muriaeenses utilizam motos e carros próprios em seus deslocamentos diários – bem acima dos 31% calculados na média dos municípios de mesmo porte.
Como consequência, o índice de pessoas que costumam se locomover a pé ou de bicicleta não chega a 25% – quase metade da média, que é de 40%. A diferença nos números é só menos gritante quando considera-se o percentual de indivíduos que utilizam ônibus e táxis: pouco mais de 23% em Muriaé contra 29% da divisão modal.
Os resultados das pesquisas apontaram ainda outro dado que pode ser conferido facilmente na prática: as motocicletas são quase 40% do total de veículos motorizados que circulam na cidade. O índice de 143 motos para cada grupo de mil habitantes é maior do que a média nacional (114), da Zona da Mata (107) e de Juiz de Fora, maior cidade da região (62). A situação se inverte quando considera-se apenas o número de automóveis, com taxa de 251 carros para cada mil habitantes em Muriaé, 270 no país, 262 na Zona da Mata e 315 em Juiz de Fora.
Segundo a TC Urbes, a previsão é que o Plano de Mobilidade Urbana de Muriaé seja finalizado até o próximo mês de agosto, devendo entrar em vigor ainda em 2015, após as revisões e aprovações a serem feitas pelo poder público. O documento apontará sugestões de medidas a serem executadas em curto prazo (até quatro anos), médio prazo (oito anos) e longo prazo (20 anos), vislumbrando o cenário a ser alcançado em 2035.
Fonte: PMM