Coluna da Seliane Ventura – A Psicologia no processo de reabilitação
Quem me conhece sabe o quanto acho importante a atuação de uma Equipe Multiprofissional no cuidado com o paciente. E isso não seria diferente em casos de reabilitação, ou seja, casos em que as pessoas sofrem, temporariamente ou definitivamente, a capacidade de realizar alguma função (exemplos: paraplegia, cegueira, distrofias, paralisias).
Uma pessoa que, por alguma razão, passa por situação de incapacidade física, diminuindo, por vezes, sua independência, tem um sofrimento para além do físico, abalando também seu psicológico. O que é esperado, já que passa por várias mudanças, não só físicas e psicológicas, mas também sociais. Nem sempre a inserção social do reabilitado é fácil, seja na família ou no mercado de trabalho, na sociedade em que se encontra, além de sua própria aceitação.
O psicólogo atua em várias vertentes nesses casos: além do acolhimento do sofrimento do paciente, de suas alterações emocionais, ele também irá verificar se há comprometimentos cognitivos, dar psicodiagnóstico, verificar se as patologias associadas e comorbidades (coexistência de transtornos ou doenças) estão afetando suas emoções, ou seja, tudo que possa está gerando desconforto e conflitos ao paciente. É ajuda-lo a descobrir seu potencial dentro de sua nova situação, resgatando sua autoestima, confiança e dignidade humana.
Sendo assim, o psicólogo atua de forma global (psicossocial psicomotor e psicopedagógico). Atua na avaliação, acompanhamento, psicodiagnóstico e psicoterapia, seja individual ou em grupo, depende da necessidade de cada caso.
A atuação multidisciplinar é muito importante, cada conquista na reabilitação interfere no psicológico do paciente, vai desde a frustração à motivação, dependendo dos resultados e do tempo que cada um leva nesse processo.
Acredito que esse trabalho multi faz muita diferença na qualidade do tratamento do paciente, vê-lo como um todo e tentar trazer suporte em cada segmento.
O objetivo é a recuperação, a qualidade de vida para o reabilitado. Cada um com seu papel, mas todos trabalhando por um objetivo comum e se ajudando nessas conquistas, que é o bem estar do paciente.
Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora