Coluna da Seliane Ventura – Violência contra mulher: que adultos estamos criando?
Hoje, escolhi falar especificamente sobre a violência contra mulher, mas infelizmente a violência se generalizou, aumentando drasticamente, seja contra mulher, criança, idoso, gênero, religiosa, enfim.
Desde que o mundo é mundo que existem registros de violência contra a mulher, grave violação dos direitos humanos. Muitos são os impactos, deixando marcas físicas, psicológicas e sociais.
As consequências são diversas podendo levar à morte prematura e inúmeras mulheres morrem por ano devido à violência.
Seja violência física, sexual, psicológica ou social, já passou da hora de dizer não. Muitas campanhas são realizadas por ano, e os índices até oscilam, mas a violência permanece.
Segundo a ONU, 7 em cada 10 mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida.
Em 07 de agosto de 2006 foi criada a lei Maria da Penha (lei nº 11.340/2006), com o intuito de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Dez anos depois, a luta ainda é grande. Toda mulher que sofre violência de um homem (independente de parentesco) ou em relações afetivas, pode registrar a ocorrência na Lei Maria da Penha. Fato importante é que a violência não precisa deixar marcas físicas para ser registrada, pois pode ser violência física, sexual, psicológica e/ou social).
Em pesquisas que li, a Lei já se aplica às lésbicas que sofrem agressão de suas parceiras e transexuais que passaram pela cirurgia de redesignificação e com documentos já modificados também.
Os números, no seguir dos anos, aumentaram assombrosamente. Em 2006 o número de denúncias era de 113 e em 2015 somaram 5.143, e as medidas protetivas de 34 para 11.760. Até porque, hoje as mulheres denunciam mais. Tendo como principais causas de ocorrência as ameaças, injúrias e lesões corporais.
Pensando nesses dados, que são assustadores, me pergunto: Como estamos criando nossos filhos para o futuro? Que tipo de adultos serão?
Sendo assim, já passou da hora de pensarmos na criação dos nossos pequenos, na educação que nossas crianças recebem, no ambiente em que se encontram. Pensar que homens, que adultos, que pessoas deixaremos para o futuro.
Cultura, educação, família, sociedade, tudo isso é importante para a formação e desenvolvimento de nossas crianças, já que somos seres biopsicossociais. Sejamos conscientes de nossa responsabilidade.
Segue a baixo o vídeo de uma campanha Italiana sobre violência contra a mulher, no qual se percebe claramente o quanto a educação e cultura são importantes para termos adultos melhores.
Prestem atenção na reação dos meninos quando são incentivados a baterem em uma menina.
Vídeo
Vamos compartilhar uma corrente de conscientização, de denúncias e devidas punições para essa triste realidade.
Vamos fazer nossa parte enquanto Seres Humanos.
Disque 100 e denuncie!
Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora