Personalidades de Muriaé – Mário Monteiro de Castro
Mário Monteiro de Castro é o filho mais velho do Coronel Antônio José Monteiro de Castro e de Cândida Maria Cerqueira Castro. Nasceu na Fazenda Águas Claras, no distrito de Vermelho, em Muriaé, no dia 22 de julho de 1892.
Quando veio para a cidade a fim de se dedicar aos estudos, morou no tradicional Grande Hotel Muriahé, e, após seu casamento, o casal hospedou-se por lá mais algum tempo até se mudar para uma chácara que, mais tarde, doaria para a construção do Hospital São Paulo.
Farmacêutico formado pela Escola de Farmácia e Odontologia d’O Granbery, em Juiz de Fora, no dia 01 de dezembro de 1913, veio trabalhar em Muriaé, tendo farmácia por muitos anos no 2º segmento da Rua Doutor Alves Pequeno, hoje, Rua Doutor Silveira Brum, numa época em que os recursos eram mínimos.
Mário fez fórmulas de remédios baseadas em nossa flora e fabricadas por seu Laboratório Phoenix: as pílulas de Jaracatiá e o Gaiodeno ou xarope de Cipó Chumbo.
Enfrentou, em Muriaé, com o médico e amigo Mário Braune, a epidemia de gripe espanhola e as intervenções cirúrgicas de emergência como anestesista.
Interessado na profissão que abraçou, não se ligou à agricultura, apesar de possuir uma pequena fazenda no Ivaí, distrito de Patrocínio do Muriaé.
Foi o único filho do Coronel Antônio que não foi político, embora apoiasse o pai e os irmãos.
Casou-se, no dia 27 de dezembro de 1919, com Maria da Conceição Abreu Castro, mais conhecida como Dona Neném, nascida no dia 23 de janeiro de 1899, no distrito de Boa Família, em Muriaé, e tiveram sete filhos: Maria José, Elvira, Antônio José, Pedro, Mário, Paulo e Cândida Elvira. Dona Neném veio a falecer no dia 06 de agosto de 1977, aos 78 anos de idade, com insuficiência cardíaca.
Ainda como farmacêutico, foi proprietário da primeira concessionária de carros de Muriaé, a Chevrolet. Consequentemente, trouxe a primeira bomba de combustível juntamente com a primeira oficina de carros, chamada Auto Phoenix. Localizavam-se à esquina da Rua do Bonfim com o primeiro segmento da Rua Desembargador Canêdo, hoje, Rua Paulo Pacheco de Medeiros com a Rua Doutor Afonso Canêdo.
Em 23 de maio de 1939, Mário foi nomeado para secretário da Prefeitura Municipal de Muriaé.
Como era o único filho do Coronel Monteiro de Castro a morar na cidade, foi em sua casa que o pai se hospedou para se tratar até falecer. Porém, bem antes da morte do Coronel, a casa de Mário passou a ser o ponto de encontro da família. Os filhos dos seus irmãos, os mais velhos, vieram para a cidade estudar. O movimento era intenso, mas, todos se davam muito bem.
Os interesses de Mário Monteiro de Castro foram muitos, pois, foi clarinetista da Banda Pedro Cerqueira dos 8 aos 12 anos, juiz de futebol muito respeitado, gerente da Caixa Econômica Federal por 22 anos, e, um dos fundadores e diretores do Patronato Dom Delfim, dedicando-se à obra até passar para o controle do Estado, tornando-se Granja Escola e, depois, FEBEM.
Em 1922, quando o Coronel Izalino Romualdo da Silva pensou na construção de um Hospital em Muriaé, o melhor lugar era uma chácara de dois alqueires, retirada do centro da cidade, pertencente a Mário Monteiro de Castro. Consultado sobre uma possível troca da chácara por uma casa situada à Praça São Paulo, concordou por achar a obra filantrópica. Foi assim que o Hospital São Paulo tornou-se realidade, atendendo até hoje aos necessitados de Muriaé e a toda a região.
Mário Monteiro de Castro faleceu dia 13 de abril de 1985, aos 92 anos de idade, com insuficiência respiratória. Deixou familiares, parentes e amigos com boas lembranças suas e seu nome marcado na história de nossa cidade por ter sido um homem de bem, generoso, honesto e dedicado ao bem estar social.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal