Presa na região mulher que vendia comprimidos abortivos pela internet e enviava para todo país

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Foto: Portal Caparaó
A Polícia Civil descobriu um esquema de venda de medicamento abortivo pelas redes sociais, sediado em Manhuaçu, com entrega para todo o Brasil.

Uma mulher, de 31 anos, foi presa em Vilanova, distrito de Manhuaçu. Ela se apresentava como Cilene Fontinele nas redes sociais para vender o comprimido por R$ 1.500,00. Um homem, de 30 anos, também foi preso. Ele é acusado de ser o fornecedor do medicamento.

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A operação da Polícia Civil para a prisão dos suspeitos foi desencadeada nessa terça-feira (16). No entanto, a investigação estava acontecendo há alguns meses. As denuncias chegaram a Manhuaçu através de ativistas de duas organizações que defendem a vida e condenam o aborto, ligadas à Ministra dos Direitos Humanos, Família e Direitos da Mulher, Damares Alves.

Coordenada pelo Delegado Regional de Manhuaçu, Carlos Roberto Souza, a investigação contou com os policiais da agência de inteligência da Polícia Civil e do serviço de inteligência dos Correios. “Recebemos as informações e começamos a monitorar a suspeita. Apuramos que comercializava os medicamentos através das redes sociais e aplicativos de mensagens como o WhatsApp”, explica o delegado.

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Policias civis cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa da suspeita. Foram encontrados vários comprimidos de medicamentos abortivos. “Localizamos cartão de banco, caderno com anotações referentes ao comércio de Cytotec, comprovando o levantamento realizado pela Agência de Inteligência Policial. No inteiror do veículo da mulher, localizamos também um comprovante de envio de mercadoria, emitido pelos Correios e identificamos também o fornecedor dos medicamentos que trazia o remédio do Paraguai”, relata o delegado.

Já o homem era o fornecedor dos medicamentos. “Ele trabalha como camelô na região da rodoviária e viajava uma vez por mês até o Paraguai para buscar mercadorias e trazia os medicamentos”, explica.

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Facebook e WhatsApp

Segundo a investigação da Polícia Civil, a mulher vendia o medicamento para o Brasil inteiro. O contato era feito através das redes sociais e mensagens de celular. “Ela criou um perfil pessoal falso no Facebook com o nome de Cilene Fontinele (Aborto Seguro). Também havia um grupo de whatsApp, onde fazia os contatos. Conseguimos nos infiltrar e colhemos provas inclusive com depoimentos e fotos de pessoas que compraram o medicamento e expuseram o resultado do aborto”, completa.

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Envio pelos Correios

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A divulgação e comercialização irregular do Cytotec (misoprostol), medicamento sem registro no Brasil, é proibida desde 2005. A mulher de Manhaçu cobrava R$ 1.500,00 por seis comprimidos mais a taxa de envio dos Correios.

Toda e qualquer venda de medicamentos à base da substância misoprostol é restrita a estabelecimentos hospitalares devidamente cadastrados e credenciados. Mas a marca comercial utilizada nesses ambientes, os serviços de saúde, é o Prostokos, medicamento registrado na Anvisa.

A substância misoprostol faz parte da lista de substâncias sujeitas a controle especial, norma atualizada regularmente pela Anvisa, sempre que uma droga nova surge ou que descobertas científicas exigem revisões na lista.

A venda do Cytotec é vista como uma referência explícita a aborto, que é a prática que alavanca as vendas clandestinas da substância. A comercialização dele é crime hediondo.

Tentativa de suicídio

Os dois suspeitos foram presos e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Manhuaçu.

Durante a confecção do boletim de ocorrência, o homem tentou se matar na delegacia utilizando o cabo de energia de uma impressora. O fato foi impedido pelos agentes. O camelô foi socorrido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois de medicado, foi encaminhado para o presídio.

Segundo o delegado regional, as investigações continuam e todos os envolvidos, inclusive as pessoas que compraram os medicamentos, serão ouvidos e poderão responder criminalmente. “O crime do aborto está previsto, no Código Penal, e as penas chegam a até 20 anos de prisão”, destaca o delegado.

Fonte: Jailton Pereira / Portal Caparaó

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