Governo de Minas começa a criar protocolo de lockdown que poderá ser usado em algumas cidades
Neste sábado (20), Minas Gerais registrou um novo recorde de mortes por coronavírus em 24 horas: 36 óbitos pela doença. Até o momento, já são 636 mortes por Covid-19 no Estado e as autoridades não descartam o lockdown (medida mais extrema de distanciamento) em cidades com índices mais preocupantes.
O percentual de ocupação dos leitos no estado aumentou de 72,17% para 88,44%. “Isso é um sinal muito importante, nos obriga a exigir da população que mantenha todos os cuidados por amor às próprias vidas. De agora para frente, vamos insistir muito na necessidade de distanciamento e esse sinal em relação aos leitos, apesar de todos os esforços do governo em preparar a rede de saúde, é importante que cada mineiro se esforce para que possamos enfrentar adequadamente essa pandemia”, enfatizou Cabral.
Ainda no início da entrevista, ele atualizou as informações do boletim epidemiológico diário. Até o hoje, somam 26.052 casos confirmados, desses, 10.314 estão em acompanhamento, 15.138 recuperados e 600 óbitos. Marcelo Cabral se solidarizou com as famílias que perderam seus entes queridos, fez um chamado aos cidadãos para a importância do cumprimento das medidas de distanciamento, isolamento e de higiene e orientou quanto ao uso correto de máscaras e assepsia das mãos.
Em resposta à imprensa, o chefe de gabinete, João Pinho, confirmou o aumento da curva e explicou que, infelizmente alguns municípios não seguiram as orientações do governo, tomaram decisões sobre flexibilização das atividades econômicas, o que colaborou muito para a aceleração da pandemia. “Há aproximadamente 10 dias, começamos a criar um protocolo para lockdown, junto à Polícia Militar, Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiro Militar. Não é para o estado todo e esperamos não precisar usar. O trabalho conjunto estuda como deverá ser, caso haja a necessidade de vir a restringir as atividades e o nosso ir e vir, de forma mais efetiva que a onda verde do Minas Consciente. Caso algum município ou região tenha piora ainda mais expressiva nas próximas semanas, infelizmente a gente pode ter que recomendá-lo ou ser um pouco mais incisivo nesse ponto”, reforçou Pinho.
Ele explicou que o estado ainda tem espaço para reforçar o distanciamento e pediu aos cidadãos, empresários e gestores que reforcem as medidas de distanciamento e isolamento para não chegar ao ponto de precisar do lockdown. De acordo com Pinho, os números de Minas Gerais até o momento, permitiram que não fosse necessário usar essa ação maias restritiva.
Em relação ao pico da pandemia, monitorado semanalmente, Pinho confirmou que a previsão é para o dia 15 de julho. Segundo ele, mais importante do que saber o dia exato do pico, é acompanhar o comportamento do pico. “Esta previsão pode vir a ser postergada, caso a sociedade seja diligente, como pode vir a ser antecipada se relaxarmos nas nossas medidas. É muito importante fortalecer as medidas de distanciamento e isolamento”, reforçou o chefe de gabinete.
Quanto à retomada das atividades econômicas no estado, o secretário adjunto frisou a importância da adesão dos municípios ao Minas Consciente. “O programa aponta uma direção segura, que prevê a retomada de forma gradual e responsável. É importante mencionar os planos de contingenciamento macrorregionais, discutidos com gestores locais, fundamentados em indicadores, orientam as decisões necessárias. ”
A ocupação de leitos, um dos indicadores para o aumento da contaminação, tem aumentado percentualmente e demonstra que a população está relaxando quanto às medidas de distanciamento. Hoje, a taxa de ocupação de leitos por pacientes com covid-19 ou por suspeita da doença, está em 14,89%, sendo 434 pacientes internados em leitos de UTI no estado de Minas Gerais.
Marcelo Cabral encerrou a coletiva reforçando o pedido de conscientização a todos os mineiros. “É inevitável que a gente repita a necessidade de cuidados. Peço à população que se acautele. A situação exige de cada um de nós o aumento dos cuidados. Só isso será capaz de manter a situação um pouco melhor”, completou.
Fonte: SES-MG