Meningite é grave e pode ser evitada
A meningite é uma doença que afeta milhares de pessoas pelo mundo. Por isso, no Dia da Luta Contra a Meningite (lembrado no dia 24 de abril) é essencial lembrar a importância da vacinação das crianças e, até mesmo, dos adolescentes, para a prevenção da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, entre os anos de 2007 e 2020, foram notificados mais de 265 mil casos de várias etiologias, sendo a meningite viral a mais frequente (121.955 casos), seguida pela etiologia bacteriana (87.993 casos). Atualmente, o Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), da Rede Fhemig, atende, aproximadamente, 50 casos de meningite bacteriana por ano, sendo o inverno a época de maior incidência da doença.
Provocada pela inflamação das meninges que revestem o cérebro e a medula espinhal, a meningite é causada, principalmente, por vírus ou bactérias, transmitida, na maioria das vezes, pelas vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. “Diferentemente das meningites causadas por vírus, que são resolvidas espontaneamente, as meningites bacterianas são a forma mais grave da doença, sendo necessária internação para tratamento com medicações injetáveis”, explica a infectologista pediátrica do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) Lílian Martins Oliveira Diniz.
O tempo de internação varia entre 5 e 14 dias, podendo, em alguns casos, deixar sequelas ou, até mesmo, levar ao óbito. “Embora a maioria dos pacientes não fique com sequelas, isso pode acontecer e a mais comum é a lesão auditiva. Por isso, é importante que as crianças que tiveram meningite bacteriana, após finalizarem o tratamento, sejam avaliadas por um otorrinolaringologista”, afirma Lilian.
De acordo com a médica, entre os sintomas mais comuns da doença estão febre, dor de cabeça, irritação, vômito e rigidez do pescoço. “Os pais devem procurar atendimento, imediatamente, quando observarem a presença desses sinais nos seus filhos. O médico vai avaliar a criança e, caso suspeite da meningite, solicitará um exame, que é feito por meio da coleta de um líquido que circula na medula, para confirmar o diagnóstico”.
A faixa etária mais atingida pela doença são os menores de 5 anos, que é o grupo com maior número de vacinas oferecidas para a prevenção da meningite. “Existem três vacinas muito boas no calendário do SUS (pneumocócica, meningocócica e pentavalente), que são oferecidas no primeiro ano de vida, sendo que a meningocócica também é oferecida para os adolescentes de 11 e 12 anos. É muito importante não deixar de vacinar esses adolescentes também, pois eles são o segundo grupo que mais adoece”, alerta a infectologista pediátrica.
Além das vacinas ofertadas pelo SUS, também existem as vacinas extras oferecidas pela rede particular, que muitas vezes deixam os pais inseguros sobre a necessidade ou não de pagar por elas, quando é possível. Segundo Lílian Diniz, as vacinas disponíveis na rede particular podem ajudar a reforçar ainda mais a proteção contra a doença, porém a rede pública já disponibiliza as principais. “O SUS oferece as vacinas que cobrem os tipos de bactérias mais comuns. Quando é possível pagar, é interessante para ter um reforço ainda maior, porém a proteção dada pelas vacinas do SUS já é muito boa”.
O mais importante, no entanto, é não deixar de vacinar o seu filho e seguir à risca o calendário de vacinação. Em caso de dúvida, procure o posto de saúde mais próximo da sua casa.
Fonte: Aline Castro Alves / FHEMIG