Varíola dos macacos: saiba como prevenir, quais os sintomas e tratamentos

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Nesta segunda-feira (1º), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, por meio de postagem no Twitter, que o Brasil vai receber um antiviral para ajudar no combate ao surto de varíola dos macacos, uma zoonose viral, ou seja, uma doença infecciosa que passa de animais para humanos. Os antivirais, no entanto, não são para toda a população, a medicação costuma ser usada em pessoas que correm risco de complicações. A prevenção, por enquanto, é a melhor solução.

O país, segundo o ministro, receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos.




“Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, adiantou Queiroga.

O Tecovirimat tem sido oferecido como opção de “uso compassivo [autorização de uso de medicamento novo por agência reguladora, ainda sem registro definitivo]” nos Estados Unidos.




O antiviral tecovirimat se mostrou promissor em reduzir a duração dos sintomas e o tempo em que pacientes com a varíola dos macacos são capazes de infectar outras pessoas, segundo pesquisa publicada na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”, do grupo “The Lancet”.

Os pacientes tratados com o tecovirimat, segundo o estudo, tiveram duração menor dos sintomas e expeliram vírus por menos tempo pelo trato respiratório superior (nariz, faringe, laringe e parte superior da traqueia).




Casos no Brasil

O Brasil já registrou 1.369 casos confirmados de varíola dos macacos, doença causada por um vírus que é membro da família de Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola, doença já erradicada entre os seres humanos da doença.




A maioria dos casos registrados no país é de pacientes de São Paulo (1.031). O restante dos casos foi registrado no Rio de Janeiro (169), Minas Gerais (63), Distrito Federal (20), Paraná (21), Goiás (18), Bahia (11), Ceará (4), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (7), Tocantins (1) , Acre (1), Amazonas (1), Rio Grande do Sul (6), Mato Grosso do Sul (5), Amazonas (1), e Santa Catarina (7).

Pacientes com a confirmação da doença devem se isolar e quem esteve com essas pessoas também precisa de monitoramento. Para prevenir o contágio é preciso evitar contato próximo, como beijos, abraços e relações sexuais e compartilhamento de itens pessoais.




Transmissão

A varíola do macaco pode ser transmitida pelo contato com fluidos corporais, secreções respiratórias, lesões na pele ou mucosas de pessoas infectadas.




Há também o risco de contaminação pela utilização de materiais contaminados, como toalhas, roupas de cama e utensílios domésticos contaminados e/ou contato com animais infectados pelo vírus.

O vírus tem um período de incubação que pode variar de cinco a treze dias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas duram de 16 a 21 dias.




Sintomas

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são:




* febre
* dor de cabeça
* dores musculares
* dor nas costas
* gânglios (linfonodos) inchados
* calafrios
* lesões na pele, que começam no rosto e se espalham pelo corpo, atingindo principalmente as mãos e os pés. Essas lesões começam a aparecer entre 1 e 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre. A erupção cutânea, geralmente começa no rosto e se espalha para outras partes do corpo.

Como é feito o diagnóstico da varíola dos macacos?




O diagnóstico clínico, baseado em sinais, sintomas e história, pode ser facilmente confundido com outras condições, como catapora ou molusco contagioso.

O diagnóstico definitivo requer teste de laboratório específico, o PCR que detecta o vírus nas lesões de pele, mas essa ferramenta não está disponível em laboratórios clínicos, somente em alguns laboratórios de referência fora do Brasil, e, ainda assim, em quantidade limitada.

Qual o tratamento para a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos tende a ser leve e, geralmente, os pacientes se recuperam em algumas semanas sem tratamento específico, apenas com repouso, muita hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.

Prevenção

A transmissão se dá a partir do contato próximo com fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, portanto, você deve:

* Lave as mãos com água e sabão regularmente;
* Higienize bancadas e equipamentos de uso comum;
* Pratique sexo seguro, use proteção;
* Evite contato com animais doentes, mortos, ou que possam estar infectados;
* não se aproxime de nenhum animal que pareça doente;
* Caso necessite lidar com animais, utilize EPI, e higienize suas mãos e os equipamentos.
* não compartilhar roupas de cama ou toalhas com pessoas doentes e que possam ter varíola dos macacos;
* não ter contato próximo com pessoas que estão doentes e podem ter varíola dos macacos.

Em casos onde há convívio com pessoas contaminadas:

* Não se deite na cama onde a pessoa estava;
* Sempre lave os lençóis, cobertores, mantas, roupas, e demais pertences da pessoa infectada;
* Não compartilhe objetos e utensílios;
* Mantenha o ambiente arejado;
* Não toque diretamente nas feridas, use de luvas;
* Descarte o lixo em local adequado, sinalizando o potencial risco de infecção.

Doença atinge toda a população

A OMS reforça o alerta para os riscos de propagação da doença entre toda a população e reitera: a doença não está restrita a grupos específicos e é particularmente preocupante entre crianças, que ainda estão nas primeiras fases de desenvolvimento, mulheres grávidas e pacientes com a imunidade comprometida.

De acordo com a organização, mais de 80 casos em crianças foram reportados em todo o mundo. Existe o receio de que ambientes coletivos como escolas possam se tornar locais de contágio e as infecções relatadas estão em monitoramento.

Hoje, há mais de 20 mil pessoas contaminadas em 77 países. A doença é considerada uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Mais de 90% dos casos relatados até agora atingiram homens que fazem sexo com homens. A própria OMS incluiu na lista de medidas para prevenção da propagação a diminuição de parceiros sexuais, mas deixou explícito que essa não é a única recomendação.

“Nem todas as regiões tem a mesma epidemiologia. Algumas têm cerca de 1/3 de mulheres afetadas, em algumas regiões há crianças afetadas. São diferentes tipos de multitransmissão. Nós temos que ser muito claros sobre quem precisa ter as informações para se proteger e isso inclui pessoas que têm parceiros sexuais.”

“Mas há outros tipos de exposição e essa mensagem precisa ser passada. Prevenir estigma e discriminação é importante. Nossa preocupação é que estigma, descriminação e medo façam as pessoas não buscarem diagnóstico e cuidado e isso vai prejudicar a resposta”, afirmou a líder técnica para assuntos relacionados à varíola dos macacos da OMS, Rosamund Lewis.

Fonte: CUT

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