Alta da Selic: quais os melhores investimentos para 2022?

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Depois de atingir o menor valor da história, de 2%, entre agosto de 2020 a março de 2021, a taxa básica de juros do Brasil voltou a subir. Desde o mês de março de 2021 foram 12 altas consecutivas. Sempre que acontece uma alteração tão forte na Selic, surgem questionamentos no mercado financeiro sobre quais são os melhores investimentos com a nova taxa de juros.

Antes da baixa histórica, os brasileiros tinham se acostumado com boas taxas de retorno nesse tipo de aplicação sem correr praticamente nenhum risco. Lá em 2015, quando a taxa Selic era de 14% ao ano, era garantida a rentabilidade real, ou seja, acima da inflação. Quando vieram as sucessivas quedas dos juros básicos da economia, a partir de 2016, os investidores se viram obrigados a buscar outras opções mais lucrativas.




Agora, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu mais uma vez a Selic em 0,50 ponto percentual, de 13,25% ao ano para 13,75%. E a expectativa é de que a taxa básica de juros continue a subir ao longo de 2022, mas em um ritmo menor.

Confira, abaixo, como ficam os investimentos com a alta da Selic.




As quedas dos juros registradas nos últimos anos abriram espaço para novas possibilidades de diversificação da carteira de investimentos. Afinal, para buscar retornos maiores, os investidores costumam ir atrás de ativos um pouco mais arriscados, como a renda variável.

Mas o cenário muda com o juros em alta. E as aplicações de renda fixa se tornam protagonistas nesse momento. Veja quais os investimentos mais rentáveis com alta da Selic.




Pós-fixados

Atualmente, com a alta da taxa de juros, investimentos pós-fixados tendem a ser os principais beneficiados. Isso inclui os títulos atrelados à Selic e ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).




Na prática, quando a Selic sobe, os investimentos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI passam a oferecer uma remuneração maior.

Os investimentos pós-fixados são atrelados a um indexador da economia, como a Selic e o CDI. Em outras palavras, eles têm esse nome porque, no ato da contratação, você será informado sobre a previsão de lucros, e não sobre o valor exato que o investimento vai render.




Na prática, o seu investimento pós-fixado vai acompanhar as oscilações do indexador da economia, como a Selic por exemplo. Ou seja, vai render mais quando a taxa de juros subir.

Entre os investimentos pós-fixados estão:




* Tesouro Selic;
* CDBs pós-fixados (atrelados ao CDI);
* Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) emitidos por bancos atrelados ao CDI.

E caso você escolha investimentos pós-fixados privados, por exemplo CDBs de bancos, LCIs ou LCAs, é importante que esses títulos tenham taxa de rendimento igual ou superior ao CDI, pois eles têm um risco maior que as aplicações no tesouro direto.




Investimentos atrelados à inflação

Com a alta da Selic, também existem oportunidades nos títulos atrelados à inflação ao longo de 2022. Os títulos do Tesouro IPCA+, em especial os de curto prazo, com vencimento entre dois e três anos, poderão se beneficiar com a alta da inflação se forem levados até a data de vencimento.




O Tesouro IPCA+ é um título híbrido. Em outras palavras, a remuneração é composta pela variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do país) durante o período de investimento, mais uma taxa fixa, que na sigla é representada pelo símbolo “+”.

O analista de renda fixa da NuInvest, Eduardo Perez, explica que os títulos IPCA+ oferecem uma dupla oportunidade para 2022.




“Aqui você tem duas opções. Se levar até o vencimento, você tem uma taxa real (de remuneração) interessante. E teoricamente temos espaço para a inflação cair. Se isso acontecer, esse investimento se valoriza na marcação a mercado”, diz.

Marcação a mercado é uma atualização diária tanto nos preços de títulos de renda fixa (como Tesouro Selic e CDBs), quanto em produtos de renda variável, incluindo fundos de investimento. Esse ajuste pode acontecer tanto para baixo quanto para cima.

Caso um título se valorize com a marcação a mercado, é possível vendê-lo por preço maior do que você comprou e, assim, ter lucro.

“Como o IPCA (inflação) deve seguir mais persistente do que previsto antes do início do conflito no Leste Europeu, os títulos indexados a inflação continuam se destacando se levados até o vencimento. Mesmo que o investidor tome um susto pela marcação a mercado do Tesouro IPCA+, a janela de oportunidade melhorou ainda mais para os próximos aportes com taxas maiores”, afirma Eduardo.

Como ficam os investimentos prefixados na alta da Selic?

Com a alta da Selic, os investimentos prefixados, como o Tesouro Direto Prefixado, passaram a oferecer taxas maiores de remuneração, acima de 13%. Mas, com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano e chances de subir ainda mais do que o mercado esperava, esse tipo de título não é uma boa opção por enquanto.

O analista Eduardo Perez explica que o motivo é a inflação alta no Brasil, impulsionada pelo conflito na Ucrânia e as sanções econômicas sobre a Rússia, além do aumento mais forte na taxa de juros americana.

A remuneração mais alta do Tesouro Prefixado é influenciada tanto pela Selic como pelos juros de longo prazo. Em outras palavras, a Selic é a taxa de juros para agora. Já os juros de longo prazo são projeções para o futuro.

Com a inflação se mantendo alta e o aperto monetário nos Estados Unidos, o ritmo de alta da taxa Selic pode durar mais que o previsto.

De acordo com Eduardo Perez, é cedo para bater o martelo e dizer que a inflação está desacelerando quando o IPCA em 12 meses continua acima dos 11%.

Ou seja, o preço do título tende a cair por causa da marcação a mercado e, assim, o investidor pode perder dinheiro caso precise resgatar antes do vencimento.

Por outro lado, a aplicação sempre pode ser levada até o vencimento com rentabilidade de até 13% ao ano e, nesse caso, existe a possibilidade do investidor ter um ganho acima da inflação com o IPCA no vencimento se a inflação desacelerar.

Como fica a economia?

A pressão inflacionária e o aumento no preço do dólar são os principais motivos para a alta da Selic. A expectativa era de que o reajuste na taxa de juros controlasse a inflação. Mas, como destaca Eduardo Perez, não é isso o que está acontecendo.

Nos últimos 12 meses, o IPCA, que mede a inflação oficial do Brasil, ficou em 11,73%. Isso deve fazer com que a taxa de juros permaneça alta por mais tempo do que o mercado esperava. Além disso, também deve provocar volatilidade, ou seja, sobe e desce no preço dos investimentos.

“Entendemos que o mercado esperava uma Selic máxima em 13,75%. Mas novos fatores de risco, como alta dos juros nos EUA mais rápida do que o esperado e notícias envolvendo políticas orçamentárias, fizeram o mercado exigir uma remuneração maior, passando a projetar uma Selic máxima em 14% em alguns momentos durante os últimos pregões. A possibilidade de um ciclo de baixa de juros ainda em 2022 é praticamente zero. E temos dois fatores que complicam bastante, a inflação global que já se disseminou na Europa e EUA e a eleição que costuma trazer volatilidade”.

Inflação pelo mundo preocupa

A inflação global também é ruim para os investimentos brasileiros. Isso porque os países tendem a aumentar a taxa de juros para controlar a inflação, tornando algumas aplicações financeiras mais atrativas por lá. Então, pode haver um grande fluxo de investidores estrangeiros tirando dinheiro do Brasil para aplicar em outros países. Isso é ruim para o nosso mercado e para a economia.

O Fed, o banco central americano, promoveu uma alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos. Esse foi o maior aumento desde 1994. Com isso, a taxa básica de juros norte-americana passou para uma faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano.

“Se todos os países começarem a aumentar os juros, o investidor internacional vai para onde é mais seguro. E aí os países emergentes levam desvantagem”, explica.

Por que a renda fixa ainda é tão importante?

Apesar de não render tanto como nos últimos anos, a renda fixa sempre será uma opção para os investidores conservadores. Estamos falando aqui de quem não quer se expor aos riscos, por exemplo, as ações.

Ela pode ser usada, por exemplo, para proteger o patrimônio da inflação (lembre-se da rentabilidade real citada acima) e também para a construção de uma reserva de emergência.

Vários títulos de renda fixa, como por exemplo os CDBs, também trazem mais segurança por terem garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos. Caso a instituição financeira que emitiu o título quebre, o FGC garante que o investidor recupere até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

As chances desse tipo de problema acontecer são pequenas, mas a proteção é sempre bem-vinda.

A renda fixa ainda pode ser uma alternativa para pessoas que pensam no longo prazo, com investimentos para a aposentadoria, em especial os títulos públicos.

Eduardo Perez recomenda focar na diversificação, distribuindo o dinheiro em diferentes tipos de aplicações, sempre levando em conta o seu perfil de investidor. “O ideal é identificar o perfil e entender qual o melhor investimento para você. Quem tem uma carteira balanceada pode não ter a melhor rentabilidade possível, mas vai suavizar os momentos de queda no final”.

Fonte: Nubank

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