4 sinais de um golpe – como perceber que você está caindo numa enrascada

Toda hora surge um golpe diferente, mas existem semelhanças entre eles. Conheça os principais sinais de um golpe e entenda como se prevenir.

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Muito antes de existir WhatsApp para alguém te avisar do novo golpe na praça já existiam os trambiques. Na verdade, os golpes existem há milhares de anos. Não se sabe ao certo quando eles surgiram, mas a ideia de enganar uma pessoa para conseguir algo em troca vem das civilizações mais antigas.

Hoje, vira e mexe aparece algum novo golpe, e muitas vezes sua essência é a mesma de outros bastante conhecidos. O que há de comum entre eles? Como identificar os sinais de um golpe e evitar uma cilada?




Saiba, abaixo, como identificar um golpe e conheça algumas dicas para aumentar a sua segurança.

O que todos os golpes têm em comum?




Golpe do motoboy, do novo número, do funcionário de banco, boletos, pagamentos e anúncios falsos, esquemas de pirâmide… A lista é extensa, mas todos compartilham a mesma lógica: seja pessoalmente ou online, golpistas aplicam uma técnica de manipulação chamada de “engenharia social” para enganar suas vítimas.

Em outras palavras, o que os criminosos fazem é criar confiança para induzir suas vítimas a fornecer informações, executar alguma ação ou tomar decisões no impulso.




A boa notícia é que existem alguns indícios que podem te ajudar a perceber uma tentativa de golpe e se livrar de uma cilada antes que ela aconteça. Confira alguns dos principais sinais de que algo está errado.

1. Parece bom demais para ser verdade




Tudo bem, coisas boas acontecem. Mas será que uma proposta incrível de um investimento que dobra de valor em pouco tempo é verdadeira? Ou, então, aquela mensagem prometendo um cartão de crédito com limite alto para negativados?

Em tempos de crise, com o desemprego nas alturas e mais pessoas vulneráveis economicamente, os golpes costumam aparecer com mais frequência. Isso acontece porque os golpistas se aproveitam da fragilidade das vítimas para aparecer com soluções e promessas que resolveriam seus problemas financeiros de uma hora para outra.




Por isso, na dúvida, é importante ligar o “desconfiômetro” e tentar entender mais sobre aquilo que estão te oferecendo. Muitos esquemas fraudulentos surgem de propostas que parecem boas, mas que, na verdade, só vão te prejudicar.

2. Tudo é urgente




Outro artifício usado é o senso de urgência. E isso funciona em diversos contextos: dos anúncios falsos de produtos na internet até aquela mensagem de um conhecido pedindo dinheiro pelo WhatsApp.

Pessoas com pressa tendem a agir antes de pensar e podem tomar decisões precipitadas, já que, sem tempo para refletir sobre a situação, o impulso fala mais alto.




Imagine que já faz um bom tempo que você está procurando uma geladeira para comprar. Navegando por alguma rede social, você vê esse produto por menos da metade do preço que andou pesquisando. O anúncio diz que a oferta é válida somente para compras feitas em até dez minutos. Bom negócio, certo? Mas será que o site é confiável?

Vale ter cuidado com o pagamento e checar as informações da conta que receberá aquele valor.




Outra situação: um conhecido te manda mensagem e diz que está precisando de dinheiro naquele momento. Por mais que você confie na pessoa e queira ajudar, investigue se aquele contato é verdadeiro. Ligue para o número, tente uma chamada de vídeo ou faça perguntas para saber se a pessoa conseguirá te responder corretamente.

3. Pede informações desnecessárias




Por que o seu banco te ligaria para pedir a senha do seu cartão? Senhas – seja a do cartão de crédito, a do seu e-mail, aplicativo ou qualquer outra conta que você tenha – são pessoais, e você não deve compartilhá-las com mais ninguém.

Isso também vale para os seus dados. Desconfie de contatos que peçam informações demais sobre você. No caso de mensagens e e-mails, fique atento ao remetente e confira se quem enviou é de confiança.

No caso de ligações feitas por funcionários de instituições, se você não tiver certeza de que está falando com alguém que realmente representa a empresa, desligue a chamada e tente ligar para um número oficial – como os que aparecem nos canais oficiais de bancos, lojas e outras instituições.

Vale ter cuidado dobrado também com aplicativos e permissões de acesso. Verifique se as permissões que os apps pedem fazem sentido: por qual razão um aplicativo de edição de imagens precisaria do seu histórico de ligações, por exemplo? Por isso, fique de olho nos acessos que você libera: localização, contatos, câmera do telefone, imagens da galeria, ligações, etc.

4. Obriga a baixar um arquivo

Cuidado ao clicar em links que te redirecionam para uma página de downloads. Existem softwares maliciosos que podem roubar os seus dados, então é preciso estar alerta ao baixar arquivos.

Há situações em que você realmente vai precisar baixar algum programa para executar uma ação no seu celular ou computador. Mas, ao fazer isso, se certifique de que você está fazendo o download a partir de um site confiável.

Ao baixar aplicativos, use apenas as lojas oficiais: praticamente todos os apps podem ser baixados nas lojas dos sistemas operacionais iOS e Android.

Isso quer dizer que essas situações sempre serão golpes?

Nem sempre. Apesar destes serem alguns sinais de que talvez a situação seja uma enrascada, cada caso precisa ser analisado de maneira isolada.

Tudo isso pode também não ser um golpe. Afinal, é normal que em algum momento você encontre uma promoção muito boa online, ou então que aconteça algo urgente, ou que seja necessário baixar algum programa… Mas esse conjunto de fatores são importantes para ficar alerta, pensar com cuidado e manter a calma antes de agir.

Brasil é o país com maior número de vítimas de phishing na internet

Em 2020, o Brasil foi o país mais atingido por tentativas de roubo de dados pessoais ou financeiros de pessoas na internet, prática denominada em inglês de phishing. Com essas informações, golpistas prejudicam a vítima de diversas formas, seja acessando recursos ou enganando pessoas se fazendo passar por ela.

O percentual de usuários brasileiros que tentou abrir pelo menos uma vez links enviados para roubar dados representa 19,9% dos internautas do país. Em segundo lugar no ranking de países vem Portugal (19,7%), seguido da França (17,9%), Tunísia (17,6%), de Camarões (17,3%) e da Venezuela (16,8%).

O levantamento foi feito pela empresa de segurança da informação Kaspersky sobre práticas de phishing e spam no mundo. De acordo com a companhia, entre fevereiro e março do ano passado, o número de ataques cresceu 120% no Brasil.

Os golpes foram aplicados por meio de links em mensagens ou sites falsos, que se passam por empreendimentos conhecidos, como grandes cadeias de varejo online – Amazon e outras.

Os exemplos mais comuns foram golpes em que os criminosos enviaram mensagens se passando por essas lojas e pedindo para a vítima contactar as áreas de comunicação com o cliente ou de suporte, com sistemas para roubar dados dos usuários acionados.

Aplicativos de comunicação, especialmente o Whatsapp, tornaram-se os principais canais para aplicar esses golpes. Usuários receberam mensagens com promessas de prêmios com links que levavam a sites falsos destinados a roubar informações da vítima.

Pandemia

O contexto da pandemia também levou golpistas a enviar falsas pesquisas ou mensagens anunciando prêmios ou ajuda financeira a pequenas e médias empresas.

No Brasil, as tentativas de golpe envolveram diversos aspectos relacionados à pandemia, como o requerimento do auxílio emergencial do governo federal, o cadastro para receber a vacina e o uso do recém lançado sistema PIX.

“Apesar do alto índice, vale destacar uma queda importante em relação a 2019. Naquele ano, mais de 30% dos brasileiros haviam tentado, ao menos uma vez, abrir um link que levava a uma página de phishing, dez pontos percentuais a mais do que em 2020. Isso mostra que as campanhas e alertas sobre esse tipo de golpe têm deixado as pessoas mais atentas, mas não significa que não precisamos evoluir, pois as estatísticas permanecem muito ruins”, avalia Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Outro método empregado pelos golpistas foi a chantagem contra usuários. Esta pode ocorrer com ameaças de liberação de determinados dados ou de uma suposta gravação da vítima com algum comportamento cuja revelação poderia trazer impactos a sua imagem, como assistir vídeos com pornografia.

O relatório registrou casos de chantagem contra empresas também. Os golpistas exigiam pagamentos sob a ameaça de realizar ataques de negação de serviço (DDoS), indicando que teriam informações confidenciais ou estratégicas das empresas.

Os alvos mais frequentes dos ataques foram as lojas online, com 18,12%. Elas foram seguidas por portais globais de internet (15,9%), bancos (10,7%), redes sociais e blogs (10%) e sistemas de pagamento (8,4%).

Spam

O relatório também analisou a prática de envio de mensagens em massa, conhecida como spam. Em 2020, este tipo de envio representou 50% do tráfego de e-mails. O resultado, no entanto, indica queda de 6.14 pontos percentuais em relação a 2019. No total, foram enviados 183,4 milhões de anexos maliciosos no ano passado.

O país que mais enviou spams foi a Rússia, com 21,27%. Em seguida vêm Estados Unidos (10,47%), Alemanha (10,97%) e China (6,21%). O Brasil foi responsável por 3,26% de ataques do tipo.

Cuidados

Para evitar cair nestes golpes é importante tomar alguns cuidados. O mais importante é evitar clicar em links de mensagens de e-mail, SMS ou redes sociais de pessoas ou organizações desconhecidas.

Caso vá clicar em algum link, é importante conferir o site para onde está sendo direcionado. Caso não tenha certeza de que o site é seguro, o aconselhável é não inserir informações pessoais, especialmente financeiras – número de cartão de crédito, por exemplo.

Fonte: Nubank / Agência Brasil

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