Prevenção de aneurismas cerebrais é pouco conhecida pela população
O neurocirurgião Saul Almeida da Silva explica que, para o acompanhamento de possíveis casos da doença, o monitoramento é feito por meio da angiorressonância, um exame de imagem que permite a avaliação não invasiva dos vasos sanguíneos
Aneurismas cerebrais são pequenas dilatações nas paredes das artérias que irrigam o cérebro e, na maioria das vezes, são assintomáticos. Mas, quando rompem, causam um sangramento no cérebro e, por isso, são um tipo de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O AVC é uma classificação geral para todas as doenças que alteram as artérias ou as veias cerebrais. O aneurisma é uma doença rara, porém, a taxa de mortalidade é de 50% quando há uma ruptura.
Por não ser uma doença comum, os métodos de prevenção e até mesmo as características das pessoas propensas a desenvolvê-la não são muito difundidos. Por essa razão, o neurocirurgião Saul Almeida da Silva, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, comenta o assunto.
Grupo de risco
As pessoas mais propensas à formação e/ou ao rompimento de aneurismas possuem algum fator de risco como: tabagismo, uso de drogas ilícitas, abuso de álcool, pressão alta e parentes que sofrem ou já sofreram com a doença.
Além disso, Saul Silva pontua: “A principal faixa etária acometida pelos aneurismas é a dos 50 anos, a proporção de mulheres para homens é de cerca de duas mulheres para cada homem, ou seja, mais comum entre as mulheres”.
Existe uma conexão entre a formação de aneurisma e o funcionamento dos hormônios femininos, sobretudo na menopausa. A correlação é evidente quando se compara o número de mulheres com aneurisma com o de homens.
Por conta das diretrizes médicas, a investigação de um possível quadro de aneurisma só é indicada quando há um fator hereditário envolvido, principalmente em um cenário em que há parentes de primeiro grau com a doença. “Quanto antes [o aneurisma] for detectado, maior a chance desse paciente sair bem”, comenta Silva.
Para o acompanhamento de possíveis casos da doença, o monitoramento é feito por meio da angiorressonância, um exame de imagem que permite a avaliação não invasiva dos vasos sanguíneos. O aneurisma pode ser tratado de maneira endovascular, por meio da embolização, um tratamento pouco invasivo, ou por via aberta, pela neurocirurgia. Ambos os tratamentos e exames de detecção estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Jornal USP