PRF reforça fiscalização das estradas com uso de câmeras e drones
A má conduta de motoristas e a fiscalização mais tecnológica ajudam a explicar o aumento no número de multas no Brasil. O ano ainda não acabou e 2024 já tem 71% a mais autuações do que 2023.
O avanço tecnológico tem transformado a fiscalização nas rodovias brasileiras, permitindo que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitore infrações de trânsito de forma mais eficiente e abrangente. Câmeras equipadas com inteligência artificial e drones de longo alcance têm identificado condutas irregulares, mesmo em situações onde a presença física de policiais seria inviável.
Na BR-324, rodovia que liga o Maranhão a Salvador, equipamentos modernos captaram imagens de motoristas dirigindo sem cinto de segurança. “O sistema detectou, e o policial, em tempo real, verificou que o condutor realmente estava sem o cinto. A maioria das infrações flagradas são a falta do cinto de segurança e o uso do celular ao volante”, explicou Luiz Carlos Carneiro, chefe da delegacia da PRF em Simões Filho, na Bahia.
Drones ampliam o alcance da fiscalização
Desde 2024, a PRF incorporou drones às operações de fiscalização, com dispositivos já operando em todos os estados do país. Capazes de voar até 5 quilômetros de distância, os drones permitem que infrações sejam registradas mesmo sem a percepção dos motoristas.
“Às vezes, o condutor acredita que não está sendo fiscalizado, mas com essa tecnologia conseguimos observar e aplicar as medidas cabíveis”, afirmou José Hélio Macedo, chefe do núcleo de Comunicação Social da PRF no Rio de Janeiro.
Em um caso na BR-116, no trecho conhecido como Rodovia Rio-São Paulo, o drone identificou passageiros sem cinto de segurança. A comunicação entre os policiais resultou na abordagem do veículo e na aplicação de multa ao motorista.
Multas em alta e comportamento reincidente
Mesmo com o aumento da fiscalização, muitos condutores continuam ignorando as regras de trânsito. Durante uma operação acompanhada pela imprensa, um motorista foi flagrado cometendo três infrações consecutivas: dirigir sem cinto, usar o celular e trafegar pelo acostamento.
“Ele foi devidamente autuado e tem o direito de recorrer, mas foi flagrado infringindo as normas”, relatou o policial Marcos Aguiar, responsável pela abordagem.
A combinação de comportamentos inadequados e tecnologias mais sofisticadas contribuiu para um aumento expressivo no número de multas em 2024, que já registra 71% mais autuações do que o ano anterior.
Estados com maior número de infrações
O Rio de Janeiro lidera o ranking de infrações, impulsionado pela instalação de novos radares. São Paulo ocupa a segunda posição, com mais de 800 mil registros, seguido pelo Espírito Santo.
As infrações mais comuns incluem ultrapassagens proibidas, que muitas vezes resultam em acidentes fatais. “Nossa prioridade é atuar nesses locais com alta incidência de infrações para reduzir o número de vítimas”, concluiu Macedo.
Com a integração de tecnologias de ponta e a intensificação da fiscalização, as autoridades esperam promover maior conscientização e segurança nas rodovias do país.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal Nacional