Coluna da Mislene Paiva – Câncer de pulmão: a estreita relação com o tabaco
No dia 31 de maio foi celebrado o Dia Mundial sem Tabaco, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1987. Anualmente, cerca de 200 mil pessoas morrem devido às consequências do ato de fumar. Sabe-se que o tabaco é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, além de contribuir para os cânceres de boca e esôfago e doenças cardiovasculares, como o infarto.
Daremos ênfase hoje ao câncer de pulmão, o mais comum entre os cânceres e altamente letal.
O principal fator de risco para o desenvolvimento da doença é o tabagismo. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm 20 vezes mais chances de desenvolver a doença. Além disso, se você não fuma mas convive com um fumante, também está exposto ao risco, é o que chamamos de tabagismo passivo.
O que se sente?
Geralmente, os sintomas estão associados à tosse que não diminui ou tosse com mudança de padrão, sangramento pelas vias respiratórias (através da tosse, espirro), falta de ar, dor torácica e rouquidão. Vale lembrar que no início da doença pode não haver sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
Existem vários exames que ajudam no diagnóstico, entre eles os raios X, tomografia, etc, no momento em que ainda pode ser possível tratamento com intenção curativa.
Caso estes exames evidenciem alterações suspeitas de câncer, será necessária a realização de uma biópsia, que significa a retirada de um pequeno fragmento da área suspeita para a análise, que poderá confirmar a presença de câncer do pulmão.
O essencial é procurar atendimento médico no início dos sintomas.
Como posso prevenir?
Não fumar é o primeiro passo para prevenir a doença. Cigarro, charuto, cachimbo e outras formas de consumo do tabaco podem aumentar o risco de câncer de pulmão. O tempo que a pessoa fuma e quantos cigarros são consumidos durante o dia também conta para o aparecimento da doença, portanto, quanto mais cigarros você fuma por dia e quanto mais cedo você começa, maior é risco.
Evite o fumo passivo. As pessoas que inalam a fumaça do cigarro de outras pessoas estão expostas aos mesmos agentes causadores de câncer, embora em quantidades menores.
Outro fator importante é evitar o contato com agentes químicos como o amianto, arsênico, berílio, níquel, entre outros.
Quer parar de fumar e não consegue sozinho?
O tabagismo é uma doença e como tal deve ser abordado. Voltar a ter os dentes branquinhos, a respiração limpa, o olfato e o paladar melhores… Se você compreende os benefícios que parar de fumar trará à sua vida, à convivência com sua família e amigos, comece já.
A nicotina presente no cigarro e seus derivados é o principal componente responsável pela dependência, tornando o hábito de fumar uma dependência química e psicológica.
Você pode escolher uma data para parar de fumar. Neste dia, procure fazer algo que goste, tente relaxar. Você pode também atrasar o horário do primeiro cigarro e, consequentemente os demais, por exemplo, se você costuma consumir o primeiro cigarro às sete da manhã, atrase para as nove e assim fará com os outros durante o dia. Outro método interessante é tentar diminuir gradativamente o consumo ao longo dos dias até deixar de fumar.
Se após tais tentativas você não conseguir parar de fumar sozinho, procure ajuda especializada. Em muitas cidades há programas de controle do tabagismo, com medicações e apoio de equipe multiprofissional que irá ajuda-lo a vencer o vício. Procure a secretaria de saúde do seu município o informe-se.
Vença este desafio!
Autora: Mislene Paiva – Enfermeira e pós-graduada em Enfermagem do Trabalho, Saúde Público e Estratégia de Saúde da Família
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