Coluna da Seliane Ventura – Bulimia: um transtorno que atinge muito mais pessoas do que se imagina
A bulimia é um transtorno alimentar, que se caracteriza pela ingestão exagerada de alimentos, associada a uma sensação de falta de controle e um desejo imenso de impedir o ganho de peso.
Ela segue um ciclo de compulsão alimentar e purgação, ou seja, alimentação exagerada e vômitos induzidos. Come-se e come-se muito, quando interrompe, surge o sentimento de culpa, depressão e autodepreciação e a forma de se aliviar do sofrimento é provocar a purgação (vômito).
Para isso, a pessoa costuma fazer uso de laxantes, diuréticos, jejum e exercícios excessivos. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatísticas dos Distúrbios Mentais – Quarta edição (DSM-IV), a bulimia é mais comum em mulheres, sendo que a taxa de ocorrência em homens é de um décimo em relação a elas. Suas estimativas variam de 1 a 3% entre mulheres jovens.
A sociedade ainda dita muitos estereótipos, um modelo, um padrão, o que provoca em crianças e adolescentes o desejo de um corpo perfeito, e esse desejo se estende pela vida adulta. Esses padrões exigidos de forma incoerente e desnecessária provocam precocemente uma série de transtornos e adoecimentos, não só a bulimia, mas anorexia, depressão, Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), entre outros. Mas não só fatores sociais influenciam na bulimia, fatores biológicos e psicológicos também favorecem.
O que acontece é que o bulímico tem uma imagem corporal distorcida, não se vê como realmente é e apresenta uma autoavaliação severa, e se pune por isso.
Fiquem atentos às características. Pessoas com bulimia preferem alimentos com texturas suaves e moles, como bolos e tortas, além de doces. São mais fáceis de comer e às vezes nem são mastigados. Em grande parte são inseguros, indecisos, apresentam sentimentos de rejeição. Dentes começam a perder a coloração, aparecimento de muitas aftas, problemas de garganta e esôfago devido à acidez provocada pelos vômitos.
Descoberto os sintomas e diagnosticado o transtorno, deve-se iniciar tratamento médico associado ao psicoterápico, lembrando que é um transtorno invasivo que causa muito sofrimento, então o apoio familiar é imprescindível.
Para isso, devem-se evitar cobranças excessivas e comparações com irmãos, parentes ou conhecidos.
Carinho e afeto, isso que se precisa.
Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora