Coluna da Seliane Ventura – Nome: construção de identidade
Gravidez… Sonho de alguns, susto para outros, esperança para muitos outros. Gravidez é o começo de uma nova história, composta por mais alguém que vai chegar.
Esse serzinho, já em construção e não só construção fisiológica, anatômica, mas de vínculo, afeto e identidade e falando de identidade, o nome é muito importante para essa relação.
A partir do momento que se descobre o gênero (masculino ou feminino) é interessante que se defina o nome e passe a trata-lo (a) por esse nome. O nascimento do bebê, segundo Kamers e Baratto (2004), não coincide com o nascimento do sujeito, exatamente porque o sujeito passa a existir, enquanto identidade quando ele sai do imaginário e passa para o real, agora não é mais só o bebê é o João, o Antônio, o Lucas, o Heitor ou a Maria, a Clara, a Luísa, a Alice, etc. Passa a ser alguém com referências e alimenta a nova fase da maternagem.
O que seria essa fase?
Mais um passo para a construção dessa identidade, ou seja, preparação de enxoval, quarto, acessórios, tudo, que normalmente, se faz após descobrir o gênero.
Por essa razão, o nome deve ser escolhido com muito cuidado e afeto, uma escolha, que se possível, feita em conjunto pelos pais e quando há irmãos, que esses possam fazer parte desse processo. Que sejam nomes que no futuro não tragam constrangimento para esses pequeninos em formação.
Outro ponto importante é o fato de alguns pais desejarem colocar nomes de pessoas que foram importantes para eles (muitas vezes já falecidos) como uma homenagem à essas pessoas, o que deve ser levado em consideração é se a história que esse nome carrega será uma história que trará motivos de alegra ou dor para quem está herdando, se as comparações com o “autor” do nome não irão sucumbir esse novo ser que irá receber o nome e, que será outra pessoa, com novas escolhas e realizações.
Nome, até parece uma escolha simples, mas não é, pois muita coisa deve ser levada em consideração, pensando que esse serzinho que está por vir é quem o levará consigo.
Aproveitem cada fase da gravidez, mesmo com seus altos e baixos, pois gravidez é uma dádiva, mas traz mudanças que afetam não só o corpo, mas o psíquico dessas mamães, e apoio e compreensão dos envolvidos é muito importante. E nessa escolha de nomes, que sejam momentos de risos e alegrias para que o bebê possa realmente se identificar, se ver nesse sujeito que está por nascer.
Autora: Seliane Ventura – Psicóloga CRP 04/40269 – Psicóloga Clínica e Organizacional, com extensão em Psicologia Hospitalar pela Fundação de Apoio ao Hospital Universitário de Juiz de Fora