Personalidades de Muriaé – Capitão José Justino
A longevidade foi, sem dúvida, uma das marcantes características do Capitão José Justino, nascido no ano de 1850, vindo a falecer nesta cidade em 23 de novembro de 1943, aos noventa e três anos. Seu pai chamava-se Francisco Alves da Silva e residia em Muriaé.
Em 1878, portanto, com apenas vinte e oito anos de idade, já se encontrava estabelecido no comércio, em imóvel de sua propriedade, construído em terreno a ele cedido pela Câmara Municipal, onde exercia sua profissão de negociante.
Devido às boas amizades que soube conquistar e pela projeção alcançada no exercício de sua profissão, solicitou à câmara um terreno no “Largo das Dores”, hoje, Praça João Pinheiro, onde construiu uma residência. No ano de 1880, prestou juramento e tomou posse no cargo de Escrivão da Coletoria desta cidade, entrando definitivamente para o quadro do funcionalismo federal, cargo considerado de grande importância.
Após ingressar no serviço público, teve que abandonar suas atividades de comerciante, no entanto, devido a sua energia e a seu dinamismo, sempre encontrava tempo para executar outras atividades paralelas ao seu cargo de escrivão.
Desempenhou importante papel no campo político muriaeense como Vereador na primeira Câmara de Vereadores da época republicana, período em que a região de Muriaé sofreu grande número de epidemias.
Capitão José Justino da Silva procurava sempre se identificar com os problemas da cidade e geralmente contribuía em todos os movimentos que surgiam no benefício do município, como fez, por ocasião, em que se recolhiam donativos para a construção de uma nova igreja matriz, no ano de 1895.
Fora casado com Maria Augusta Borges de Abrantes e Silva, e, desta união, nasceram os seguintes filhos: Antônio Augusto da Silva, casado com Judith de Faria Silva; José Justino da Silva Júnior, que residia na cidade de Curvelo; Ilda Augusta da Silva Andrade, casada com o cirurgião dentista Augusto José de Andrade, outrora residentes na cidade de São Fidélis-RJ; Álvaro Augusto da Silva, já em 1942 falecido, deixando o filho José Álvaro da Silva, residente na cidade de São Paulo; Waldemar Augusto da Silva. Ficando viúvo, não contraiu novas núpcias e, de seus cinco filhos, não é conhecido nenhum descendente que aqui resida.
Capitão José Justino da Silva, em vida, construiu várias residências e assistiu orgulhosamente a rua que construiu à custa de longos anos de trabalho receber oficialmente seu nome pela lei nº00017/38.
O tempo passa, o homem se vai, sua obra fica, não gravada nos edifícios que construiu ou em outras obras materiais, mas sim, em atos e méritos, que se tornam inapagáveis na memória dos muriaeenses, como é o caso deste grande cidadão que foi Capitão José Justino da Silva.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal