Personalidades de Muriaé – Coronel João Alló
O Coronel João Alló nasceu no dia 08 de dezembro de 1889, em Itamuri, distrito de Muriaé, no tempo em que o distrito era chamado ainda de Nossa Senhora do Glória. Nasceu e passou a infância na antiga Rua de Baixo, filho de Marieta Ligiero Alló e José Alló, grande fazendeiro e proprietário de padaria.
Fundou “A Tropical”, grande loja de artigos variados que funcionava na Praça João Pinheiro com filiais em Itamuri, Rosário da Limeira, Recreio e Governador Valadares. Nela podia-se encontrar roupas, utensílios domésticos, produtos para a lavoura, armas, munições e até gasolina. Possuía o maior estoque entre todas as casas comerciais da época.
Foi proprietário de várias fazendas, entre elas a Jacuba de Cima, a Fazenda Tapera, Fazenda São José e Fazenda Pinapú, onde plantava café, cana e outros gêneros, criava gado e possuía engenho, máquina de beneficiar e de moer café. Depois de dissolvida a firma João Alló e Cia, que tinha em sociedade com um parente, João Alló dedicou-se mais às suas fazendas situadas no distrito de Itamuri. Nesta mesma época entrou no alto comércio de café tornando-se num dos mais destacados compradores e exportadores da rubiácea.
Não era militar. Era tratado de Coronel por respeito, tratamento que se dava na época aos homens importantes, de grande riqueza e influência política. Foi talvez o último coronel da velha Muriaé. O Coronel João Alló encerrou os homens fortes do passado, aqueles que possuíam nas veias o sangue dos pioneiros. Respeitadíssimo por sua vocação religiosa e amante da igreja católica, estava sempre a frente das atividades promovidas pela igreja em prol dos mais necessitados. Em 1928 fez parte da Comissão Diretora de Obras criada para a construção da nova Igreja Matriz de Itamuri, que foi erguida em tempo recorde. Faziam parte da comissão o Cel. Abeilard de Andrade Goulart (presidente), o Coronel Francisco Gomes Campos (vice-presidente), os farmacêuticos João Acelino de Andrade e Raymundo F. Monteiro, o Coronel João Alló, o Capitão Antonio Gomes da Silva (pai do atual vice-presidente da república), o Major João Rodrigues Braga, o Major Modesto Quirino de Figueiredo, o Major Eduardo Xavier de Francisco Sigiliano e Tertuliano Moreira de Faria.
Na política era homem muito respeitado, tendo sido eleito Juiz de Paz por diversas legislaturas. Foi também eleito vereador na Câmara Municipal de Muriaé no período de 1963 a 1966, no mandato do então prefeito Hélio Alves Araújo.
Doou à prefeitura, em 1952, o terreno para a abertura da Rua Itamuri, que recebeu este nome em sua homenagem, uma vez que a rua não podia receber seu nome por estar ele ainda vivo. A promessa de se mudar o nome da rua após a sua morte ainda não foi cumprida por motivos comerciais, dizem.
Foi casado em primeiras núpcias com Maria da Conceição Oliveira Alló. O casal teve os seguintes filhos: José de Oliveira Alló, Yolanda Alló Barros, Ítala Alló de Mello, Geraldo de Oliveira Alló, Dr. Emerson de Oliveira Alló (vereador em Muriaé entre 1955 e 1958), Everson de Oliveira Alló e Eni Alló Filgueiras.
Casou-se em segundas núpcias com Carmem Rodrigues Alló e tiveram 3 filhos: Sandoval Rodrigues Alló, Helvécio Rodrigues Alló e Paulo Rodrigues Alló.
O Coronel João Alló faleceu em 28 de agosto 1978 deixando 39 netos, 40 bisnetos e 1 trineto sendo seu corpo enterrado no cemitério de Itamuri.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal