Personalidades de Muriaé – Miguel Sevenini
Nascido em Ubá, no dia 20 de abril de 1906, Miguel Sevenini era filho de Ângelo Sevenini e de Anna Fortuci, imigrantes italianos vindos para o Brasil no início do século 20. Em 1922, mudou-se com o pai e um irmão para um pequeno sítio que a família adquiriu em Santa Fé, a 9 quilômetros do bairro do Porto, em Muriaé. Por dois anos, prepararam o local para receber o resto da família: sua mãe e três irmãs.
Após vários anos de duríssimo trabalho, na formação e na manutenção de lavouras de café, juntamente com outras lavouras de ciclo curto, como milho, arroz e feijão, conseguiu, junto com os familiares, levar suas vidas para dias melhores.
No trabalho individual, comprando porcos magros, colocando-os na engorda “a meia”, fazendo cangas para bois, trabalhando para terceiros por empreitada, pois era bom carpinteiro, aliado a várias outras atividades, associadas a uma economia pessoal forte, conseguiu juntar algum dinheiro, que lhe possibilitou comprar o seu próprio sítio, onde recomeçou o penoso trabalho de formação da nova propriedade.
Em 1931, casou-se com Francisca Rubio Ortega, com quem teve seis filhos: Ana, Mário, Hermes, Conceição, Maria e Laura.
Em virtude da enorme necessidade do povo da região em que moravam, tornou-se aplicador de injeções – habilidade rara naquela época – atividade que exercia gratuitamente, deslocando-se até a casa dos enfermos, às vezes, depois de seu longo dia de trabalho estafante. Gratuitamente, também, fabricava caixões para os menos favorecidos.
Bom como esposo, pai, amigo e conselheiro, deixou mais de duzentos afilhados. Tinha ainda o hábito sadio de contar casos que, com a leveza do palavreado e tom de voz pessoal, ficavam muito engraçados.
Em 1962, mudou-se para Muriaé em virtude de uma doença misteriosa de sua mulher, que já se arrastava por quinze anos. Descobriu-se depois, ser uma hérnia abdominal, que foi de pronto operada. Com sua esposa Francisca, Miguel Sevenini viveu por sessenta e seis anos.
Morreu aos 92 anos de idade, no dia 14 de abril de 1998, um ano e meio após o falecimento de sua esposa.
A rua que leva seu nome é justamente aquela em que foi o primeiro e mais antigo morador, no bairro do Porto, pela lei nº 2258 de 1998.
Fonte: João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira / Memorial Municipal