Bebê de 1 ano e adolescente de 17 anos morrem após consumo de peixe
A cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, vive dias de luto e apreensão após uma tragédia que tirou a vida de dois membros de uma mesma família e deixou outros cinco hospitalizados. O caso ocorreu entre os dias 1º e 2 de janeiro, após o consumo de peixes manjuba doados em uma ação filantrópica. As mortes de Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, e Igno Davi da Silva, de apenas 1 ano, levantam suspeitas de envenenamento.
De acordo com o delegado Abimael Silva, os alimentos foram doados por um casal que realiza campanhas solidárias na região. Os peixes manjuba, que faziam parte da cesta básica, foram fornecidos por uma associação de pescadores.
“O casal faz essas doações anualmente, mas, até o momento, apenas essa família relatou sintomas graves após o consumo”, afirmou o delegado. Amostras do alimento foram recolhidas e enviadas para perícia, e exames toxicológicos estão sendo realizados pelo Instituto Médico Legal (IML).
Os sintomas relatados pelas vítimas incluem cólicas, diarreia, tremores e dificuldades respiratórias, reforçando a suspeita de intoxicação por substâncias venenosas. O diretor do IML, Antônio Nunes, informou que amostras de sangue e materiais genéticos foram coletados para identificar a causa exata das mortes.
Entre os hospitalizados, dois membros da família já receberam alta, mas três crianças e dois adultos seguem internados no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). Francisca Maria da Silva, mãe de Igno e irmã de Manoel, está em estado grave.
Histórico de tragédias na família
Essa não é a primeira vez que a família enfrenta uma tragédia semelhante. Em agosto de 2024, os irmãos de Igno, Ulisses Gabriel e João Miguel, morreram após ingerirem cajus envenenados. A semelhança nos sintomas levanta a possibilidade de uma ligação entre os dois episódios, mas a Polícia Civil ainda não concluiu essa investigação.
“São duas tragédias que atingem a mesma família em menos de um ano. Precisamos de respostas rápidas para evitar novos casos”, desabafou um parente das vítimas.
Preocupação com a segurança alimentar
A tragédia gerou preocupação na comunidade local quanto à segurança dos alimentos distribuídos em ações sociais. Carlos Teixeira, diretor técnico do Heda, reforçou a necessidade de fiscalização rigorosa: “É um momento de dor imensa, mas também de reflexão sobre os riscos à saúde pública”.
Enquanto a cidade se mobiliza para apoiar os sobreviventes, a Polícia Civil intensifica as investigações para esclarecer a sequência de tragédias e garantir justiça às vítimas.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Terra