3 motivos para fazer uma reserva de emergência
Ninguém está livre dos imprevistos da vida. Uma despesa médica de última hora, um gasto inesperado ou uma repentina situação de desemprego.
Eles acontecem o tempo todo e é aí que uma reserva de emergência pode ajudar. Ela nada mais é do que aquele dinheiro guardado para qualquer necessidade que surgir, ou seja, que serve para aliviar os momentos de aperto financeiro.
Basicamente, a reserva de emergência funciona como um seguro do seu bolso ou como um kit de primeiros socorros.
Segundo a pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro” da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a reserva de emergência tomou o lugar da casa própria como principal destino das economias dos brasileiros em 2020.
Ninguém prevê o futuro, mas é possível se preparar para ele. Por isso, todo mundo precisa ter uma reserva de emergência.
Veja, abaixo, 3 motivos para começar a construir uma reserva de emergência assim que possível, os melhores investimentos para mantê-la, o quanto guardar e como fazer a sua.
Antes de mais nada, o que é reserva de emergência?
A reserva de emergência é aquele dinheiro que você tem guardado e que faz com que você se sinta mais seguro caso alguma coisa aconteça. Você não sabe exatamente quando vai usar, então, ele precisa estar disponível, com acesso imediato, para arcar com algum imprevisto.
Cada caso é único, mas o objetivo é que esse dinheiro seja gasto com uma emergência, e não com as despesas do dia a dia. Cinema, balada ou um celular novo são emergências? Não. Mas se o seu celular estragou e você depende dele para trabalhar, pode fazer sentido usar a reserva para repor o aparelho.
3 motivos para fazer uma reserva de emergência
1 – Você terá um kit de primeiros socorros financeiro
Um kit de primeiros socorros é um objeto indispensável para se ter em casa ou no carro. Se acontecer algum acidente, é a ele que você vai recorrer.
É exatamente assim que funciona na área financeira com a reserva de emergência. Ela serve como um auxílio momentâneo para proteger o seu patrimônio de acontecimentos inesperados. E isso também traz tranquilidade.
Afinal, a vida é imprevisível, da noite para o dia pode mudar. Então, reflita: se a partir de amanhã, por algum motivo, você não receber mais a sua renda mensal, por quanto tempo vai conseguir pagar as contas?
Acima de tudo, a reserva de emergência é uma quantia de proteção e só deve ser usada em casos de real necessidade.
2 – Evitar um possível endividamento
Sem uma reserva de emergência, fica difícil encarar as situações de sufoco financeiro. E, muitas vezes, no desespero, as pessoas correm atrás de empréstimos.
Ao contrair uma dívida, sempre existe a possibilidade de sofrer com taxas abusivas e juros altíssimos. E, se esse empréstimo foi feito sem o devido planejamento, o risco de inadimplência é grande.
Para quem é autônomo, ou seja, quem não tem a garantia de que um valor fixo vai cair na conta todo mês, o cuidado deve ser redobrado. Neste caso, a reserva de emergência torna-se imprescindível.
Por isso, o jeito de não deixar que isso vire uma bola de neve, é separar uma grana para tentar se blindar em períodos de turbulência financeira.
3 – Ter poder de escolha quando o assunto é dinheiro
Quem tem uma reserva de emergência consegue fazer melhores escolhas. Isso acontece porque ela não fica vulnerável nos momentos de dificuldade. Assim, não precisa aceitar ou fazer qualquer coisa no desespero.
Isso quer dizer que a pessoa consegue ter uma certa calma para analisar propostas de empregos, aproveitar boas oportunidades que surgirem e tomar decisões financeiras com cautela.
Quanto guardar na reserva de emergência?
Montar uma reserva de emergência exige disciplina e organização. A ideia é não mexer nesse dinheiro, a não ser que seja uma situação de extrema necessidade.
Especialistas em finanças sugerem guardar uma quantia que cubra o seu custo de vida (gastos mensais) por, no mínimo, 4 meses a 6 meses. Atenção: não é o seu salário líquido, e sim o valor das suas despesas totais. Ou seja, tudo o que você paga durante o mês.
Leve em consideração itens como:
* Aluguel;
* Condomínio;
* Conta de luz;
* Conta de água;
* Conta de celular;
* Conta de internet;
* Supermercado;
* Fatura do cartão de crédito (pode entrar ou não dependendo do mês) etc.
Valores na prática
O valor da reserva de emergência varia de pessoa para pessoa, afinal, as necessidades, as rendas e as despesas de cada um são diferentes.
Se você tiver gastos que somam R$ 1 mil por mês, sua reserva poderá ser de R$ 4 mil a R$ 6 mil. Se os gastos forem de R$ 2 mil, precisará de R$ 8 mil a R$ 12 mil, e assim por diante.
Acompanhe os exemplos na tabela abaixo:
Gastos mensais | Tempo | Reserva de emergência |
---|---|---|
R$ 1 mil | 4 meses a 6 meses | R$ 4 mil a R$ 6 mil |
R$ 2 mil | 4 meses a 6 meses | R$ 8 mil a R$ 12 mil |
Não se assuste com estes valores. A princípio, pode parecer muito, mas a ideia é construir a sua reserva de emergência aos poucos, com calma. O importante é criar o hábito. Lembrando que é de investimento em investimento que você vai chegar lá.
Também tem uma outra maneira de calcular a reserva de emergência: você pode somar todas as despesas dos últimos seis meses e traçar uma média mensal.
Para ter mais tranquilidade, o ideal é fazer uma reserva de emergência para cobrir até o período de um ano, se for possível. Você pode levar em consideração até mesmo despesas com seguros e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), por exemplo.
Para autônomos e microempreendedores, a reserva de emergência deve considerar o total de 12 meses de despesas por conta da falta de previsibilidade dos negócios.
Reserva de emergência: onde investir?
Lembre-se que o dinheiro da reserva de emergência precisará estar à sua disposição para quando você precisar.
Por isso, na hora de construir a reserva, você pode colocar o dinheiro em investimentos que tenham alta liquidez (ou seja, que permitam que você os resgate imediatamente, em no máximo um dia útil), e que tenham baixo risco.
Uma boa reserva de emergência precisa de alta liquidez e muita segurança. Veja alguns exemplos de investimentos com essas características:
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título público do Governo Federal, 100% garantido pelo Tesouro Nacional. Investimentos em títulos do Tesouro Direto são considerados os mais seguros do país.
Muito recomendado para compor uma reserva de emergência, sua liquidez é de D+1. Isso significa que o prazo para o dinheiro cair na conta é de um dia útil após o pedido de resgate.
Mas caso você faça o pedido de resgate até as 13h em dias úteis, o dinheiro volta para a sua conta no mesmo dia.
O Tesouro Selic é um título pós-fixado, que tem a remuneração atrelada à Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Ou seja, o que acontecer com a Selic se refletirá no título.
CDB com liquidez diária
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária é outra alternativa interessante para a reserva de emergência, desde que pague acima de 100% do CDI.
Lembrando que liquidez é a agilidade de transformação de um investimento em dinheiro. Quanto mais alta a liquidez for, mais fácil será sacar o dinheiro investido.
Aplicações com liquidez diária são aquelas em que o investidor pode solicitar o resgate a qualquer momento. O CDB também conta com a garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.
Isso significa que, se um banco quebrar, os clientes que investem em produtos financeiros dele não perdem todo o seu dinheiro: o FGC garante a devolução de até R$ 250 mil dos valores investidos.
Dicas para quem investe ou quer começar a investir
Um dos primeiros passos para quem está começando a investir é criar uma reserva de emergência.
Só depois de realizar esta etapa, você deve partir para outros investimentos de renda fixa ou até mesmo para investimentos de renda variável como ações, fundos imobiliários e BDRs, por exemplo.
A reserva de emergência também vale como suporte para diversificar os investimentos, pois ajuda a reduzir riscos e a proteger seu dinheiro dos altos e baixos da economia.
Como fazer a reserva de emergência?
Confira o preparo com todas as fases necessárias para você começar a fazer a sua reserva de emergência. Veja no que você já pode dar um check (✓):
(✓) Entender a importância da reserva de emergência;
(✓) Fazer um planejamento prévio e organizar os gastos e ganhos mensais;
(✓) Cortar custos desnecessários;
(✓) Determinar uma meta de valor para investir todo mês;
(✓) Abrir uma conta em uma corretora de valores como a NuInvest;
(✓) Investir em títulos com alta liquidez e baixo risco como o Tesouro Selic e CDB com liquidez diária.
É importante lembrar que não há necessidade de fazer a aplicação do valor total de uma vez só. Vai poupando aos poucos, conforme a meta de valor que determinou ser possível para a realidade do seu bolso.
Depois disso, uma boa dose de determinação é o bastante para prosseguir na jornada de construção da sua reserva de emergência.
Fonte: Nubank