Empréstimo consignado do Auxílio Brasil: o que você precisa saber

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Quem faz parte de algum programa de transferência de renda, como o Auxílio Brasil ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC), poderá fazer empréstimos consignados usando parte do benefício. A possibilidade será regulamentada e deve começar em 2022, com a nova Lei nº 14.431/2022.

Isso significa que o pagamento das prestações do empréstimo poderá ser descontado do auxílio, desde que as parcelas não ultrapassem o limite de 40% do benefício mensal.




Funciona assim: ao solicitar o empréstimo para a instituição financeira de sua preferência, basta autorizar que o desconto do valor da parcela seja feito direto do dinheiro repassado mensalmente. Veja abaixo um exemplo de simulação.

Qual o desconto do empréstimo consignado no Auxílio?




Saber quanto dinheiro será descontado do seu salário ou benefício é fundamental antes de fechar qualquer negócio. No caso do Auxílio Brasil, o teto do desconto é de 40% em cima do valor mínimo do benefício, que é R$ 400. Vale ressaltar que o Auxílio Brasil de R$ 600 só será pago até dezembro de 2022 – é por isso que esse valor não é considerado no teto do desconto.

Traduzindo: uma família que tem direito ao benefício de R$ 400 passará a receber apenas R$ 240. Os outros R$ 160 serão descontados automaticamente para pagar a parcela do empréstimo. Com isso, a renda das famílias diminui no longo prazo. E o Auxílio, que deveria ser um benefício capaz de garantir o mínimo, fica comprometido, prejudicando quem não tem outras fontes de renda e precisa dele para sobreviver.




A nova lei também aumenta para 45% o percentual que pode ser descontado em empréstimos de aposentados e pensionistas. Para trabalhadores com carteira assinada, podem ser descontados até 40% do salário.

Se por um lado a medida pode ajudar famílias a terem acesso facilitado a uma fonte de crédito, por outro ela pode ser uma porta para o endividamento.




Afinal, pedir um empréstimo consignado do Auxílio Brasil vale a pena? Como saber se esse é o melhor negócio pra você? Descubra a seguir.

Empréstimo consignado: um velho conhecido




O novo modelo de empréstimo que vai usar as parcelas do Auxílio Brasil é muito parecido com o que já acontece entre aposentados e pensionistas do INSS, trabalhadores de carteira assinada e servidores públicos.

A grande vantagem do empréstimo consignado em relação a outros é a facilidade de contração e também a possibilidade de juros mais baixos. Isso acontece porque os bancos e instituições financeiras que oferecem o crédito correm um risco baixo de não receberem o dinheiro de volta, já que os valores das parcelas são descontados diretamente da folha de pagamento do salário ou benefício do contratante.




É por isso que pode ser muito tentador aceitar a primeira proposta de empréstimo consignado que aparecer, mas é necessário tomar alguns cuidados antes de assinar qualquer contrato para não cair em uma bola de neve.

Empréstimo consignado do Auxílio Brasil: quais são os riscos?




O maior risco apontado por especialistas diz respeito às taxas de juros. A lei que permite o empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil não estabelece um teto de juros para os bancos e instituições financeiras que oferecem o crédito. Na prática, isso quer dizer que elas podem cobrar o quanto desejarem.

Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, os juros aplicados pelos bancos privados podem flutuar entre 79% e 98% ao ano. Para efeitos de comparação, o teto de juros do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas é de 26,9% ao ano.




Uma forma de entender os riscos é fazendo o cálculo. Imagine que você vai contratar um empréstimo de R$ 2000, parcelado em 24 meses e com juros de 79% ao ano. Ao final do parcelamento, o valor que você terá pago a instituição financeira será de R$3.468,94.

Para saber o valor total que você pagará, com juros, ao final das parcelas, olhe sempre as cláusulas do contrato de empréstimo e analise o Custo Efetivo Total (CET). Ele indicará todas as taxas cobradas pelo banco.




Outro ponto que tem gerado debate é a impossibilidade de negociação das taxas de juros e prazos de pagamento com o banco. O máximo que o contratante do empréstimo pode fazer é pedir a transferência da dívida para outra instituição.

O texto publicado no Diário Oficial da União, que regulamenta a medida, também destaca que a responsabilidade sobre a dívida do empréstimo “será direta e exclusiva do beneficiário”. Após a regulamentação, os empréstimos poderão ser oferecidos por instituições financeiras públicas e privadas.

Afinal, vale a pena pedir o empréstimo consignado do Auxílio Brasil?

Se você pretende usar o empréstimo para fazer as compras básicas do dia a dia ou complementar sua renda momentaneamente, pedir por um empréstimo consignado atrelado ao Auxílio pode não ser um bom negócio.

Isso porque, no longo prazo, além das suas despesas fixas, seu dinheiro ficará comprometido por um bom tempo com as parcelas de um empréstimo e mais todos os juros que o acompanham. Isso pode levar ao endividamento e fazer com que as famílias brasileiras não tenham a renda mínima necessária para gastos essenciais.

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.

Fonte: Nubank

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