Golpe do Censo: bandidos se vestem de funcionários do IBGE e alegam pendências para conseguir dados de moradores
Mulheres que abordaram aposentada no portão de casa usavam boné, prancheta e colete do IBGE. Superintendente do instituto diz que o mais importante é verificar a credencial com nome, foto e os dados para checar com os canais de atendimento do IBGE se o agente é credenciado.
Nos últimos dias, criminosos têm se aproveitado da boa-fé das pessoas, se fazendo passar por recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para tentar aplicar golpes. Utilizando uniformes, crachás e até mesmo identificando as vítimas pelo nome, os golpistas alegam que o Censo está incompleto e que precisam coletar informações adicionais, mas na realidade, buscam obter dados pessoais. Casos foram registrados na cidade do Rio de Janeiro.
O alerta sobre essa prática enganosa veio à tona após um incidente envolvendo a aposentada Maria Júlia Dionísio de Lima, de 67 anos. No dia 8 de setembro, ela recebeu a visita de uma suposta recenseadora do IBGE que afirmava que o Censo continha dados incorretos e que precisava corrigi-los. A recenseadora não mencionou o nome completo de Maria Júlia, o que levantou suspeitas.
Diante da situação, a idosa chamou seu filho, Vitor, que desconfiou das informações, pois sabia que o Censo é relacionado ao domicílio e não a uma pessoa específica. Vitor entrou em contato com o IBGE por meio do número 0800 e foi aconselhado a coletar as identificações da recenseadora, incluindo CPF e matrícula, para verificar a autenticidade posteriormente.
Após a ligação para o IBGE, a família descobriu que os CPFs fornecidos pela suposta recenseadora não estavam vinculados a funcionários do IBGE. A ação dos golpistas foi interrompida, e eles não retornaram à residência da vítima.
O IBGE esclareceu que a coleta do Censo Demográfico foi encerrada em 28 de maio, e os entrevistadores que ainda trabalham estão envolvidos em outras pesquisas, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). José Francisco Teixeira, superintendente do IBGE no Rio de Janeiro, ressaltou a importância de verificar a credencial do entrevistador, que deve conter nome, foto e dados como matrícula, CPF e RG. Ele também destacou que a coleta de dados é realizada eletronicamente, não em papel, utilizando um dispositivo móvel de coleta (DMC).
É relevante mencionar que o QR Code não é mais utilizado pelo IBGE nas pesquisas em andamento, sendo uma característica específica do Censo.
Até o momento, o IBGE não recebeu notificações formais sobre golpes semelhantes em grande escala no estado, mas reforça a importância de entrar em contato com a instituição em caso de dúvidas ou suspeitas. A vigilância e cautela, como demonstrado pelo filho da vítima, são essenciais para evitar cair em golpes desse tipo.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do G1