Retorno do fenômeno meteorológico La Niña vai baixar a temperatura global; veja como o Brasil será afetado

La Niña geralmente provoca condições mais úmidas em algumas regiões da Austrália, Sudeste Asiático, Índia, sudeste da África e norte do Brasil

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O fenômeno meteorológico La Niña está de volta, trazendo consigo a expectativa de um leve resfriamento das temperaturas globais após um período de calor recorde causado pelo El Niño em 2023. Contudo, meteorologistas alertam que este resfriamento será apenas marginal, devido ao impacto contínuo das emissões de gases de efeito estufa, que já elevaram as temperaturas médias globais em 1,2°C desde o final do século XIX.

La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico oriental, e seus efeitos são opostos aos do El Niño. Este fenômeno pode durar de um a três anos e costuma trazer condições climáticas mais úmidas para regiões como Austrália, Sudeste Asiático, Índia, sudeste da África e norte do Brasil, enquanto provoca secas em algumas áreas da América do Sul. Além disso, La Niña pode intensificar a temporada de furacões no Atlântico. A NOAA (Agência Meteorológica dos Estados Unidos) prevê uma temporada de furacões excepcionalmente intensa em 2024, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.




Apesar da expectativa de La Niña para o verão boreal, Michelle L’Heureux, especialista da NOAA, adverte que este fenômeno não será suficiente para proporcionar um alívio significativo para regiões como o Sudeste Asiático, que enfrentam ondas de calor extremo desde a primavera boreal. Segundo L’Heureux, “o planeta está se aquecendo, e o Enso (Oscilação Sul-El Niño) apenas desempenha um papel secundário”. Mesmo com o desenvolvimento de La Niña, 2024 ainda deve estar entre os cinco anos mais quentes já registrados.

El Niño e Suas Consequências




El Niño, por outro lado, refere-se ao aquecimento cíclico das águas no centro e leste do Oceano Pacífico tropical, influenciando precipitações, ventos e correntes oceânicas, além de aumentar a média das temperaturas globais. Este fenômeno ocorre a cada dois a sete anos e geralmente dura de nove a doze meses. O El Niño mais recente, iniciado em junho de 2023, foi um dos cinco mais intensos já registrados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Normalmente, os ventos alísios sopram de leste a oeste ao longo do Equador, levando águas quentes da América do Sul em direção à Ásia, com águas frias subindo das profundezas para substituí-las. Durante El Niño, esses ventos enfraquecem, permitindo que águas quentes retornem para a América, aquecendo ainda mais a atmosfera e deslocando o jato de corrente do Pacífico para o sul. Este deslocamento geralmente resulta em condições mais secas no Sudeste Asiático, Austrália, África do Sul e norte da América do Sul, enquanto traz mais umidade para o Chifre da África e o sul dos Estados Unidos.




Mudanças Climáticas e o Futuro

As mudanças climáticas também influenciam o ciclo Enso, mas os efeitos ainda são incertos. Segundo L’Heureux, “as condições mais secas ou mais úmidas causadas pelo Enso podem ser amplificadas pelo aquecimento global”. Ela destaca que o aumento das temperaturas globais serve como uma “janela para o futuro” das mudanças climáticas, onde o Enso fornece uma visão temporária de como seria um mundo mais quente.




Período Neutro e Expectativas

Embora o El Niño tenha enfraquecido, os primeiros quatro meses de 2024 continuaram registrando recordes de calor. Este fenômeno não atua “como um interruptor”, explica L’Heureux, necessitando de tempo para que a circulação atmosférica global se adapte. A OMM indica uma probabilidade de 50% de que o período de junho a agosto seja neutro ou marque o início de La Niña.




A comunidade científica continua a monitorar atentamente esses fenômenos, enquanto busca compreender melhor suas interações com o clima global e os impactos das mudanças climáticas.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Globo




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