Jovem pisa em espinhos, contrai infecção no coração e precisa amputar o pé
Gabriela Melo, que chegou a ficar internada na UTI, superou várias outras complicações durante cinco anos. Com a prótese que deve receber em breve, a expectativa é voltar a ter uma vida normal.
Uma jovem de 29 anos, moradora de Ubá, viveu um verdadeiro drama nos últimos cinco anos na luta pela vida.
Tudo começou quando Gabriela Melo estava em um sítio e caminhava descalça quando percebeu algumas fincadas no pé no momento em que pisou no barro formado após as típicas chuvas de verão.
Nos dias seguintes, a jovem passou a dores intensas nos pés e nas articulações, além de apresentar quadro de febre em torno de 40 ºC e fadiga. Posteriormente, ainda naquele mês do fato, ela procurou um especialista em ortopedia para ter certeza que não havia nada de erro.
Após uma leve melhora, em janeiro de 2018, ela foi internada para verificar a real situação. Uma cardiologista acompanhou o caso e detectou a concentração de bactérias na válvula do coração, a partir do exame de ecocardiografia transesofágica. A jovem ainda teve comprometimento do fígado e hemorragias em outros órgãos.
O caso agravou e Gabriela foi transferida para a UTI, onde permaneceu em coma. Controlada a infecção, ela recebeu alta e foi para casa continuar o tratamento, mas não podia nem andar.
“As pessoas me ajudaram em tudo que podiam, principalmente minha família, porque eu fiquei muito limitada. Não estava andando depois que tive alta, eu fiquei com desnutrição severa, então tinha que comer de duas em duas horas”, explicou.
Desde então, a vida da jovem nunca mais foi a mesma. Até que, em setembro deste ano, ela e a equipe médica optaram por uma dolorosa solução: amputar a perna.
“Ter que fazer curativo todo dia, amarrar sacola no banho porque não podia molhar o pé. Se tinha que viajar era um problema porque, às vezes, ia para a praia e não podia entrar na água, tinha que ter um cuidado com a areia”, contou a jovem.
A amputação foi necessária após a médica que trata de Gabriela constatar uma osteomielite, inflamação do osso causada por infecção, que estava tomando o pé atingido pelos espinhos.
A situação poderia levar comprometer novamente o coração em uma nova endocardite, por isso a necessidade de amputação do membro.
Depois meses após realizar o procedimento, Gabriela ainda recebe o tratamento adequado para controlar o inchaço causado pela cirurgia. Superada essa fase, o próximo passo será o recebimento de uma prótese.
“Minha expectativa para o futuro é que eu consiga realizar tudo que não pude nesses cinco anos. Quero voltar a jogar futebol, poder viajar, poder ir e vir sem ter que me preocupar com nada. Não ter que fazer o curativo todo dia já é um alívio também”, disse a jovem de Ubá.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do G1