Menores infratores são soltos por falta de local adequado para ficarem em Muriaé
Foi realizada, na manhã desta quinta-feira (12), na sede da Câmara de Dirigentes Logistas de Muriaé (CDL), uma coletiva com autoridades de Muriaé que compõe o “Cinturão de Segurança do Município”. Em pauta, a questão do envolvimento de menores no crime e porque muitas vezes eles são soltos pouco após cometerem os mesmos.
Participaram da coletiva o Major André Cotrim, Subcomandante do 47º Batalhão de Polícia Militar, Dr. Rangel Martino Paiva, Delegado de Homicídios, Dra. Jackeliny Rangel, Promotora da Infância e Juventude, Dr. Adriano de Pádua Nakashima, Juiz da Infância e Juventude e Execuções Criminais e de Cartas Precatórias da Comarca de Muriaé, Dr. Patrick de Araújo Silva, representando a 36ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais, e Gustavo Ferreira, Presidente da CDL de Muriaé.
As autoridades esclareceram que o principal motivo pelo qual os menores são liberados é a falta de um local apropriado para que possam ficar acautelados, assim como exige o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em Muriaé, menores cometem crimes, são apreendidos pela Polícia Militar, encaminhados a Delegacia de Polícia, a promotoria faz o pedido de acautelamento, quando é o caso, e eles podem permanecer na Cadeia Municipal, numa ala totalmente separada dos presos adultos, por no máximo cinco dias. Se dentro deste período o Estado liberar alguma vaga em uma instituição que esteja de acordo com o ECA, o menor é encaminhado até ela, senão ele é solto. Uma vez de volta as ruas, na maioria das vezes acabam voltando ao mundo do crime.
“O Estado deveria atuar principalmente em cima dos menores que estão em situação de risco, em famílias desestruturadas, famílias que estão no crime. O menor quando chega a cometer crimes bárbaros, já foi profundamente viciado e corrompido e está disposto a tudo. É necessário um trabalho de prevenção para evitar que adolescentes cheguem a um estágio de criminalidade”, afirmou o Dr. Patrick.
Para os próximos debates, membros da socidade e do Conselho Municipal de Segurança Pública de Muriaé devem ser convidados para participarem na busca de uma solução para o problema.
Fonte: Guia Muriaé