Pesquisa sobre voto obrigatório em Muriaé

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Em 2006, alunos do Curso de Serviço Social da Faculdade de Minas (FAMINAS) realizaram uma pesquisa com 200 muriaeenses, sorteados aleatoriamente, em 38 bairros.

O trabalho completo pode ser acessado no link abaixo:




http://www.ucam-campos.br/ucamcidades/dissertacoes/dissertacoes-1/dissertacoes-2006/Jose_Anacleto.pdf

O trecho abaixo é parte do trabalho:




O trabalho procurou conhecer a comunidade muriaeense em termos de participação, associativismo, democracia e capital social, tendo em vista o processo de gestão democrática inaugurado pela Lei n° 10.257/01 (Estatuto da Cidade). Como estratégia metodológica, optou-se pela realização de um pesquisa. A amostra de 200 pessoas foi selecionada aleatoriamente da população urbana de 33.787 residentes (chefes de família e cônjuges, com idade entre 18 e 60 anos). Predominaram na amostra pessoas do sexo feminino (54,5%), católicas (68,3%), com idade entre 23 e 52 anos (78,6%), da cor branca (70,3%), com menos de onze anos de estudo (59,5%), e sem rendimento ou com renda familiar igual ou inferior a cinco salários mínimos (87,3%). Participação: Atualmente, 9,0% dos entrevistados participam de conselhos ou colegiados; 63,0% nunca participaram de conferência, debates, consultas ou audiências públicas; apenas 29,5% dos pesquisados sabem o que é Plano Diretor; metade entende que a principal função de um Vereador é “buscar soluções para os problemas da comunidade junto ao Poder Executivo”. Para 102 respondentes, existe uma divisão política em Muriaé entre “puaias” e “goteiras”, sendo que 91,2% deles concordam que tal divisão dificulta as relações do povo com o governo local. Associativismo: A maioria dos pesquisados (76,5%) concorda que as associações auxiliam as pessoas a formar hábitos de cooperação, solidariedade e espírito público. Entretanto, somente 6,0% dos entrevistados são filiados a partidos políticos; 14,1% são sindicalizados ou associados a órgãos de classe; 30,8% acham-se vinculados a grupos religiosos, e apenas 6,6% se declararam filiados à associação de moradores de bairro. Capital Social: A confiança dos entrevistados acha-se depositada em parentes (39,8%), na Igreja (25,2%) e nos amigos (20,7%). Expressiva parcela discordou das afirmativas de que se pode confiar na maioria das pessoas que moram nesta cidade (76,5%), e de que a maioria das pessoas desta cidade está disposta a ajudar caso você precise (66,0%). Quanto às regras de reciprocidade, 46,5% concordaram que se deve retribuir uma gentileza recebida. Democracia: Para 67,5% dos entrevistados, as decisões tomadas pela prefeitura e líderes locais afetam a vida de todas as pessoas da cidade, entretanto, metade deles não se interessa ou tem pouco interesse por política. Além disso, os assuntos políticos praticamente não são discutidos pelos entrevistados; os que nunca discutiram somados aos que discutiram algumas vezes representam a maioria (78,5%). Para apenas 37,0%, a democracia é a melhor forma de governo, e 33,5% acham que o governo funciona mal no sistema democrático. Tanto os indicadores de participação e associativismo, quanto os relativos à democracia e ao capital social, indicam que há um longo caminho a ser percorrido até se tornar realidade a filosofia de gestão pública estatuída pela Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade).

Via Jose Anacleto de Faria.




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