Aranha de seis olhos: MG registra mais de 500 ataques em 2024; saiba como se proteger
Nos dois primeiros meses de 2025, os ataques cresceram em relação ao ano anterior; foram 61 em janeiro e 50 em fevereiro
O avanço do desmatamento e das construções, aliado às altas temperaturas, tem favorecido a proliferação da aranha-marrom e aumentado os casos de picadas em Minas Gerais.
Em 2024, foram registrados 524 acidentes, resultando em cinco mortes. Nos dois primeiros meses de 2025, o número de ataques subiu em relação ao ano anterior, com 61 ocorrências em janeiro e 50 em fevereiro. Um óbito já foi registrado este ano na cidade de Araçaí.
Expansão urbana e adaptação do aracnídeo
Segundo a bióloga Fernanda Raggi, mestre em sustentabilidade, a aranha-marrom habitava originalmente grutas e áreas rochosas, mas a destruição desses ambientes a forçou a se adaptar às cidades. “Esses aracnídeos desenvolveram hábitos sinantrópicos, passando a ocupar locais urbanos que oferecem condições semelhantes às naturais”, explicou.
O aracnídeo pode ser encontrado em porões, forros de telhado, atrás de móveis, entulhos, fendas de paredes e até entre livros e quadros. Para prevenir acidentes, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recomenda a inspeção de roupas, calçados e roupas de cama antes do uso, além do uso de EPIs em atividades como manuseio de entulho e transporte de lenha.
Aumento da atividade no calor
As altas temperaturas elevam o metabolismo da aranha-marrom, aumentando sua busca por alimento e parceiros para reprodução, o que também eleva o risco de encontros com humanos. A aranha constrói teias com aspecto de chumaço de algodão para capturar insetos como baratas, moscas e cupins.
Riscos e cuidados em caso de picada
A aranha-marrom não é agressiva e ataca apenas quando se sente ameaçada. Sua picada pode ser inicialmente pouco dolorosa, mas evolui para sintomas como inchaço, vermelhidão, queimação, manchas roxas e até necrose na pele. Em casos mais graves, a vítima pode apresentar febre, náuseas, falência renal e até coma.
Caso ocorra uma picada, a recomendação é lavar o local com água e sabão, evitar cobrir a ferida e procurar atendimento médico imediato. O diagnóstico precoce facilita o tratamento com a medicação adequada ou a aplicação do soro antiloxoscélico. Se possível, a aranha deve ser capturada e levada à unidade de saúde para identificação.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo