Assistência técnica e gerencial potencializa piscicultura ornamental na Zona da Mata
A beleza dos aquários do Brasil também tem a força do agro mineiro. Pelo menos 70% da produção de peixes ornamentais do país acontece no polo da Zona da Mata do estado, composto por oito municípios. Para potencializar a produção e a administração dessa atividade, o Sistema Faemg Senar promove três grupos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Piscicultura Ornamental atendendo a 89 produtores.
Os atendimentos acontecem em Patrocínio do Muriaé, Vieiras, Eugenópolis, São Francisco do Glória, Pedra Dourada, Miradouro, Tombos, Barão de Monte Alto e Fervedouro. As turmas foram mobilizadas pelos Sindicatos de Produtores Rurais de Muriaé, Miradouro, Patrocínio do Muriaé e Eugenópolis.
A maioria dos participantes, 82%, são pequenos produtores, que trabalham apenas com mão de obra familiar. Número que revela a principal característica da atividade na região, que segundo a Associação, PEIXE-MG é realizada por mais de 90% de agricultores familiares.
A analista de assistência técnica e gerencial do Sistema Faemg Senar, Paula Lobato ressalta que o acompanhamento tem sido fundamental para o desenvolvimento sustentável e eficiente da atividade.
“Destaco principalmente o aumento da produtividade, pois oferecemos aos produtores acesso a conhecimentos especializados sobre práticas de manejo adequadas, como alimentação, reprodução, controle de qualidade da água e manutenção de tanques. Isso garante maior eficiência na produção, minimiza perdas e maximiza os ganhos econômicos”.
O produtor Daniel Fernando de Oliveira, de Miradouro, comemora os avanços conquistados com o ATeG. Acompanhado pelo técnico de campo Hallef Suamir, ele conta que ano passado teve dificuldades com a alimentação e sobrevivência dos peixes no inverno, e este ano a realidade foi bem diferente. “Consegui passar o frio com todos os meus peixes armazenados nas caixas sem nenhum tipo de perda, com uma qualidade de água que eu nunca imaginei ter”, comentou.
Grato ao programa, Daniel disse ainda que aprende muito com o ATeG. A melhora na qualidade e na saúde dos peixes potencializa as vendas. “Tenho um bom padrão para oferecer aos meus clientes”.
Paula corrobora reforçando que além dos produtores, os consumidores também ganham muito com a atuação do ATeG Piscicultura Ornamental. “O mercado de peixes ornamentais é altamente exigente em relação à aparência, cor, saúde e tamanho dos peixes. O suporte técnico especializado garante que os peixes produzidos atendam a esses padrões de qualidade, o que aumenta seu valor de mercado e competitividade”, afirmou.
A produção na região
Cerca de 400 famílias trabalham com a piscicultura ornamental na região e movimentam mais de R$10 milhões por ano em Minas Gerais. Os produtores assistidos pelo ATeG produziram e venderam mais de 5 milhões de peixes nos primeiros oito meses de acompanhamento. Cada unidade foi comercializada por um preço médio de R$0,92. Os peixes betta, molinésia, guppy e plati são as principais espécies produzidas na região.
Regularização sanitária
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) publicou, em setembro, uma portaria que regulamenta a piscicultura ornamental no estado. O decreto estabelece os requisitos e as normas técnicas para a prática da atividade, com especial atenção às questões sanitárias.
“Ela visa boas práticas e biosseguridade da cadeia produtiva. Nós estamos trabalhando no ordenamento, nos reunindo com associação de produtores e buscando a valorização do trabalho”, afirmou a coordenadora regional do IMA em Viçosa, Maria José Firmo.
Ela salientou que o estado trabalha em parceria com o Sistema Faemg Senar e os Sindicatos e que o próximo passo é iniciar “um trabalho educativo com os produtores para que eles façam as adequações necessárias”
Fonte: FAEMG