Coqueluche tem alta de quase 30% em três semanas em MG
O número de casos confirmados de coqueluche em Minas Gerais teve um aumento significativo de quase 30% em menos de um mês. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nesta terça-feira (15 de outubro), 264 pessoas foram diagnosticadas com a infecção respiratória em 2024.
Em 21 de setembro, o número de confirmações era de 205. O aumento também trouxe um triste cenário: dois bebês perderam a vida devido à doença, após um período de quatro anos sem óbitos registrados no Estado.
O surto de coqueluche registrado em 2024 já supera em 18 vezes o total de casos de 2023, quando apenas 14 notificações foram feitas em todo o ano. Além disso, 778 casos suspeitos permanecem sob investigação, segundo a SES, o que pode elevar ainda mais o total de confirmações.
Óbitos infantis reforçam alerta
Os dois óbitos registrados em 2024 evidenciam a gravidade da doença entre as crianças. O primeiro caso ocorreu em Poços de Caldas, no Sul de Minas, no dia 19 de julho, vitimando um bebê de apenas um mês e 23 dias. A criança, ainda sem idade para ser vacinada, não havia recebido nenhuma dose do imunizante, e a mãe também não foi vacinada durante a gestação.
A segunda morte ocorreu em Belo Horizonte e envolveu um bebê de um mês de idade, do sexo masculino. Assim como no primeiro caso, a mãe da criança não havia sido vacinada contra a coqueluche durante a gravidez.
Vacinação é essencial para prevenção
A SES-MG ressalta que a principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinação, especialmente durante a gestação. Gestantes devem ser imunizadas, e o número de doses varia de acordo com o histórico vacinal de cada uma.
Para as crianças menores de um ano, são aplicadas três doses da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae tipo B e hepatite B. As doses são administradas aos dois, quatro e seis meses de vida. Posteriormente, os reforços são feitos aos 15 meses e aos quatro anos de idade, com a vacina DTP, que continua a proteger contra a coqueluche, além de difteria e tétano.
Os imunizantes estão disponíveis de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde e em salas de vacinação dos municípios, como parte do calendário regular de imunização.
O que é a coqueluche?
A coqueluche, ou pertussis, é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Inicialmente, seus sintomas podem ser confundidos com os de um resfriado, apresentando coriza, febre baixa e tosse leve. No entanto, a tosse evolui para quadros mais graves, tornando-se intensa, persistente e, em muitos casos, seguida de vômitos e dificuldade respiratória.
A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções de pessoas infectadas, principalmente através de tosse, espirros ou fala, afetando especialmente indivíduos não vacinados.
Diante do aumento expressivo dos casos, as autoridades de saúde alertam para a importância de manter o esquema vacinal em dia, protegendo, sobretudo, os mais vulneráveis, como bebês e idosos.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo