Do Direito para os cafés especiais: família de Carangola celebra evolução
O casal Danilo Cireli e Miriam Souza está celebrando um ano de conquistas na produção de cafés especiais. “Realizamos dois sonhos: fazer um café de 86 pontos e selar o produto com o selo de origem da Região das Matas de Minas”, contou a produtora, com satisfação.
Para Miriam, que começou a transição da carreira de advogada para a cafeicultura em 2018, quando a família passou a se dedicar aos cafés especiais, essa evolução é ainda mais significativa.
“Tive dúvidas no início porque sempre trabalhei fora e meu marido com o café. Esse ano foi a virada completa e não me arrependo. Percebo que caminhando na mesma direção temos melhores resultados”.
Ela cuida da pós-colheita e admite que o trabalho atual “é mais prazeroso. Faço com gosto e acho incrível ver no rosto do cliente a satisfação, a aprovação do nosso sabor. Não tem dinheiro que pague”.
Capacitação
Desde que mudou de carreira Mirian buscou cursos do Sistema Faemg Senar oferecidos pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Carangola, para aprimorar o trabalho. Ela já fez capacitações sobre Classificação e Degustação e Torra de Café e ainda participou do Programa Especial Negócio Certo Rural (NCR). Com conhecimento, a família passou a comercializar café torrado e moído em 2019 com a produção do café da família e do irmão de Danilo.
“Além das vendas, nós também fazemos um trabalho de educação com os clientes. Apresentamos nosso produto, falo sobre a torra, incentivo a sentirem realmente o sabor do café e conhecer a qualidade do produto que estão consumindo”, comentou Mirian.
A família faz vendas em Carangola e no Rio de Janeiro e participa de feiras e eventos com o produto.
Homenagem
A marca, que por hora leva o sobrenome Cireli (@cirelicafes), vai mudar para homenagear o patriarca da família que sempre se dedicou à cafeicultura, ensinou o ofício aos filhos e faleceu em 2020. A nova marca de cafés especiais terá o nome pelo qual era conhecido: Zé Berroti.
“Mesmo já idoso ele acolheu muito bem a mudança e incentivou os filhos a trabalharem a qualidade. Ele deixou um legado de cuidado com as plantas, o solo e toda a comunidade”, contou a produtora.
ATeG Café+Forte
“A parceria com técnico foi uma virada de chave para nós”, afirmou Mirian, que participa do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte há três anos. “Esse auxílio é de suma importância e faz toda a diferença para o produtor na organização, identificação das deficiências da propriedade e melhoria”.
Com o acompanhamento do técnico de campo, Igor Peron a produção da família passou da média de 20 para 37 sacas por hectare e a renda bruta aumentou 25%. “A busca por variedades novas foi uma estratégia para adquirir materiais com maior resistência à ferrugem e maior produtividade”, esclareceu o técnico de campo.
Mírian e Danilo destacam que o ATeG também é fundamental na qualidade da produção. “Esse ano nós conseguimos fazer a maior parte da colheita com cafés acima de 80 pontos”, afirmaram. Segundo o técnico de campo “os próximos passos são as adequações nas unidades de pós-colheita com construção de uma nova tulha, ampliação do terreiro de alvenaria e instalação de novos terreiros suspensos”.
A família também planeja alcançar mais mercado e visibilidade e participar de concursos de qualidade. Miriam diz que se sente realizada e sonha ainda com conquistas coletivas. “Desejo trazer os compradores à Conceição para conhecerem nossos modos de produção e de vida. Temos inúmeras famílias com excelentes cafés por aqui. Investir no turismo também está nos planos para o futuro”, concluiu.
Fonte: FAEMG