Droga K9, que causa ‘efeito zumbi’, invade as cadeias de Minas
Reportagem especial do Jornal Super Notícia mostra que K9 está nas unidades prisionais do estado
A K9, uma droga sintética da família dos canabinoides, também conhecida como supermaconha, que já se popularizou entre os usuários de drogas nas cracolândias de São Paulo, tem se espalhado nas cadeias de Minas Gerais, driblando facilmente as revistas e equipamentos de raio-x das prisões.
De acordo com Pablo Marinho, perito criminal do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas, a maioria das apreensões de drogas sintéticas no laboratório da corporação é proveniente das unidades prisionais. Isso porque a K9 é incolor e sem cheiro, o que a torna praticamente imperceptível a olho nu quando borrifada em pedaços de papel, permitindo que entre facilmente nos presídios.
A droga tem se espalhado também entre os presos de Minas, como em Contagem, onde já foi encontrada até em selos de correspondências endereçadas aos presos da Penitenciária Nelson Hungria, além de papéis escondidos dentro de absorventes íntimos usados por visitantes.
Embora a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirme que há procedimentos operacionais voltados para a identificação da droga, Wladmir Dantas, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais, alerta que a categoria ainda não recebeu treinamento específico para identificar a substância, o que fragiliza a segurança das unidades.
A K9 se popularizou em São Paulo pelo seu baixo custo e alto poder alucinógeno, o que a tornou atraente para os usuários da cracolândia, que muitas vezes estão em situação de vulnerabilidade extrema.
O delegado Carlos César Castiglioni, à frente do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico de São Paulo (Denarc-SP), acredita que é apenas uma questão de tempo para que a droga se espalhe pelas ruas de Belo Horizonte, assim como ocorreu em São Paulo. Para combater o avanço das “drogas K”, Castiglioni defende o combate aos centros de distribuição da droga.
Embora a Sejusp-MG afirme que coíbe diariamente a entrada de substâncias ilícitas nas unidades prisionais, não há dados específicos sobre as “drogas K”. A entrada da droga nas cadeias pode estar causando aumento no número de atendimentos médicos entre a população carcerária, incluindo convulsões e paradas cardíacas, de acordo com fontes ouvidas pelo Jornal Super Notícia. A Polícia Civil de Minas está em alerta e acompanhando a mudança de perfil dos usuários em São Paulo, pois essa realidade pode se tornar uma ameaça para o estado.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal Super Notícia