Em quatro anos, número de estelionatos aumentou 105%; golpe da pimenta é a nova modalidade

Só nos primeiros seis meses deste ano, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) somou 22.848 casos somente em BH

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O número de casos de estelionato em Belo Horizonte apresentou um aumento alarmante de 105% nos últimos quatro anos. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apenas em 2023 foram registrados 31.333 casos na capital mineira, em comparação aos 15.270 incidentes de 2019. Somente no primeiro semestre deste ano, foram contabilizados 22.848 ocorrências de fraudes.

Entre as novas modalidades que têm preocupado comerciantes, o “golpe da pimenta” se destaca. Restaurantes em Belo Horizonte e Nova Lima, na Região Metropolitana, estão sendo alvo de indivíduos que alegam ter passado mal após consumirem pratos com pimenta e exigem compensações financeiras para evitar processos ou danos à reputação dos estabelecimentos.




O advogado criminalista Matheus Castro alerta que essa prática pode ser configurada como estelionato, além de extorsão. “Ameaçar proprietários de estabelecimentos com difamação, caso não paguem a quantia exigida, caracteriza esses crimes”, explica o especialista, recomendando que os empresários procurem a polícia ao suspeitarem de golpes.

Como funciona o golpe da pimenta




Os golpistas entram em contato com os restaurantes, afirmando que, após o consumo de um prato contendo pimenta, alguém teve uma reação alérgica grave. Um exemplo recente ocorreu no bairro Lourdes, em 27 de setembro, quando um suposto cliente perguntou pelo WhatsApp se o prato “arroz de pato” continha pimenta.

Após a confirmação, ele alegou que sua mãe, alérgica ao ingrediente, havia passado mal e precisou de atendimento médico. O homem então exigiu R$ 860 para cobrir os custos médicos, mas, ao ser solicitado a apresentar comprovantes, começou a se esquivar.




Desconfiado de que fosse um golpe, o proprietário do restaurante, Vitor Velloso, bloqueou o número. “Fiquei aliviado por não se tratar de um cliente real em perigo, mas depois veio a indignação. Já enfrentamos muitos desafios no setor, e agora temos que lidar com golpistas”, declarou.

Nova Lima também é alvo de golpistas




Situações semelhantes foram relatadas em Nova Lima. Eloísa Rabelo, proprietária de um restaurante no bairro Vila da Serra, relatou ter sido vítima de dois golpes. No primeiro, um homem afirmou que sua filha havia sido hospitalizada após consumir linguiça no local. Posteriormente, ele mudou a versão para o consumo de salaminho, o que levantou suspeitas.

Outro caso envolveu uma mulher que exigiu um Pix de R$ 300, alegando ter sofrido uma reação alérgica a cenoura, utilizada em uma polenta. Ela apresentou um comprovante de consulta com um osteopata, o que gerou desconfiança. “Estranhei, pois osteopatas não tratam alergias”, comentou Eloísa, que optou por não registrar o caso na polícia.




Golpe do falso chefe do tráfico

Além do “golpe da pimenta”, outro esquema que tem assustado os donos de restaurantes é a ligação de falsos traficantes, exigindo dinheiro para “resolver problemas” na região. Em abril, um restaurante no bairro Santa Tereza foi alvo desse golpe, e Eloísa Rabelo relatou ter recebido uma ligação semelhante em setembro.




Segundo ela, o homem se identificou como chefe do tráfico e ameaçou resolver a situação “na bala” caso o dinheiro, supostamente para pagar um advogado, não fosse entregue. A empresária compartilhou o ocorrido em grupos de outros restaurantes e foi informada de que se tratava de um golpe, confirmado também pela polícia.

Posição da Polícia Civil de Minas Gerais




Até o momento, a Polícia Civil de Minas Gerais não registrou oficialmente denúncias relacionadas a esses golpes, mas encoraja que as vítimas façam boletins de ocorrência para que as investigações possam ser iniciadas.

A reportagem tentou entrar em contato com os números envolvidos nos golpes, mas as tentativas foram infrutíferas, com bloqueio nas mensagens enviadas e chamadas interrompidas após a identificação da equipe de reportagem.




Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo




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