Febre maculosa em MG: duas pessoas morreram e casos têm aumento de 28% em 2023
Preocupação em torno das complicações provocadas pela doença acontece após a morte de três pessoas em Campinas, São Paulo
Minas Gerais tem enfrentado um aumento no número de casos de febre maculosa em 2023, com dois óbitos já registrados e um aumento de 28% nos casos em comparação com o mesmo período do ano passado.
Essa preocupação vem à tona após a morte de três pessoas em Campinas, São Paulo, devido à mesma doença. Atualmente, um quarto caso está sob investigação.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), os dois óbitos confirmados em Minas Gerais este ano foram de dois homens, com idades de 28 e 54 anos, residentes em Manhuaçu, na região da Zona da Mata. O caso mais recente foi divulgado no início deste mês, embora a morte tenha ocorrido em 26 de abril.
No período de janeiro a junho de 2023, houve um aumento de 28,5% nos diagnósticos positivos da doença em relação ao mesmo período do ano anterior. A SES-MG informou que até o momento foram confirmados nove casos de febre maculosa em 2023, dos quais dois resultaram em óbito. No ano de 2022, foram confirmados sete casos no mesmo período, totalizando 27 casos ao longo do ano, com seis mortes registradas.
A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Um dos principais sintomas é a febre hemorrágica, que se manifesta após alguns dias de incubação. Outros sintomas incluem mal-estar, dores intensas no corpo, alterações hepáticas e renais, febre, hemorragias e manchas roxas na pele. Se não tratada, a doença pode evoluir para óbito.
Segundo o médico infectologista Leandro Curi, o tratamento rápido é fundamental, pois a febre maculosa apresenta alto índice de letalidade. Geralmente, os pacientes são internados para receberem tratamento com antibióticos, visando à eliminação da bactéria. Ao contrário de outras doenças, como a dengue e as respiratórias, a febre maculosa não tem uma época específica de ocorrência.
A prevenção da doença baseia-se principalmente em utilizar roupas largas que cubram a pele ao adentrar áreas de mata ou com vegetação. O uso de repelentes não é muito eficaz contra carrapatos. O especialista recomenda utilizar calças, botas e roupas largas em ambientes propícios para o contato com carrapatos. Em caso de contato com o parasita ou surgimento de sintomas, é importante procurar imediatamente atendimento médico.
As prefeituras de Belo Horizonte e Contagem têm adotado medidas preventivas para combater a febre maculosa. Na capital mineira, foi realizado o controle populacional de capivaras, que são consideradas hospedeiros primários da bactéria causadora da doença. As capivaras foram esterilizadas, microchipadas e um censo atualizado registrou a existência de apenas 12 animais na região. Esse controle contribuirá para a redução da população de capivaras ao longo do tempo.
Em Contagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está realizando diversas ações de prevenção, incluindo mapeamento e acompanhamento das áreas de risco, banhos carrapaticidas e exames clínicos em animais, capacitações para agentes de combate às endemias, médicos e enfermeiros, além de contato direto com os moradores das áreas de risco por meio de visitas dos agentes.
Até o momento, não houve confirmação de casos da doença em Belo Horizonte e Contagem. No entanto, as autoridades de saúde permanecem vigilantes e trabalhando para evitar a propagação da febre maculosa nessas regiões.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo