Feminicidio: preso suspeito de matar ex-namorada adolescente de 17 anos
Na sexta-feira, 19/05, foi efetuada a prisão do segundo envolvido no caso de homicídio da jovem Emily Alves, de 17 anos, ocorrido em Santana do Manhuaçu.
O crime, que abalou a comunidade, aconteceu no dia 12 de maio. Nesta sexta-feira, a 2ª Vara Criminal de Manhuaçu expediu o mandado de prisão preventiva contra o acusado, que é ex-namorado da vítima.
O suspeito decidiu se apresentar de forma voluntária na Delegacia de Polícia Civil de Manhuaçu. Após os procedimentos legais, ele foi encaminhado ao presídio, onde permanecerá sob custódia durante o andamento do processo.
REPERCUSSÃO
A escrivã Ana Rosa Campos contou que o caso teve muita repercussão e comoção pela população de Santana do Manhuaçu. “Essa jovem de 17 anos saiu de casa, na companhia de um menor de idade, que a atraiu para um loteamento. O maior de idade, o ex-companheiro dela, estava esperando no local. Eles a assassinaram de forma brutal e covarde”, detalhou.
A jovem não retornou para casa e os familiares ficaram muito preocupados. No dia seguinte, o corpo da adolescente foi encontrado com ferimentos de facadas jogada próximo a um córrego.
Com a ordem de prisão nesta sexta, equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) entrou em contato com o advogado do autor. O rapaz então se apresentou na Polícia Civil e foi cumprido o mandado de prisão.
Ana Rosa Campos explica que é “importante que a vítima denuncie os casos de violência doméstica. A vítima não deve aguardar que a violência doméstica tome a proporção do feminicídio. É um tipo de crime que começa com um tapa no rosto, um simples grito, um aperto no braço. A demorar em buscar ajuda acaba atrapalhando que toda a rede de apoio possa atuar e ajudar a mulher. É claro que não estou dizendo que a culpa é da jovem. A culpa nunca é da vítima. O que estou dizendo é que o fato dela ter demorado a procurar a polícia, dificultou que pudéssemos fazer algo. Ela só procurou a polícia dois dias antes do fato”.
A escrivã da DEAM conta que havia mais de 15 dias que o crime estava sendo planejado. Ela já sofria violência doméstica havia vários meses, pois morou um tempo com ele. “Reforço mais uma vez que ela não tem culpa, mas gostaríamos de ter tido a oportunidade de ajuda-la de alguma maneira. A violência doméstica tem que ser tratada logo no início. Sempre conseguimos pensar em uma vida nova. É possível sair de um relacionamento abusivo e começar uma vida nova”.
Redação do Portal Caparaó / Com informações do Tribuna do Leste