Golpe milionário fez 100 vítimas em Minas, incluindo médicos e desembargadores
A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu os mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva de Frederico Dione Pereira Bittencourt, 27 anos, em Ribeirão das Neves, na segunda-feira (15).
O Chefe do 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte, Delegado-Geral, Wagner Sales, destacou a importância da prisão do suspeito. “O indivíduo preso ontem possui extensa ficha criminal e já foi preso em outras ocasiões por outras delegacias do 1º Departamento, como por exemplo a 1ª Sul, 3ª Centro e até a de Contagem”, disse.
Segundo apurado, Frederico é suspeito de ser um dos líderes da associação criminosa responsável por cometer crimes de estelionato, através do “golpe do motoboy” ou “golpe do cartão”, inclusive com ramificação fora do estado de Minas Gerais.
O delegado que conduziu as investigações, José Olegário de Oliveira, revelou como o golpe era aplicado. “O golpe começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa se passando por funcionário do banco, dizendo que seu cartão está usado para realizar uma compra com um valor bem acima do habitual. Ela é orientada a fazer o bloqueio do cartão e realizar uma ligação para o número 0800, que está no verso do mesmo. Ao fazer essa ligação, a vítima é orientada a cortá-lo ao meio e colocá-lo em um envelope. O falso funcionário do banco pede a senha, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações”, ressaltou.
Ainda segundo o delegado, as vítimas caem no golpe a partir do momento em que ligam para o número do seu cartão e faz um alerta. “Quando as pessoas ligam para o 0800 do cartão, os suspeitos utilizam um aplicativo que trava a linha telefônica, e a ligação na verdade cai em uma “central” dos suspeitos que aplicam o golpe. É nesse sentido que a PCMG orienta as pessoas que receberem uma possível ligação do banco a realizarem a ligação de retorno de uma outra linha distinta daquela que recebeu a ligação”, contou.
Na residência do investigado, foram apreendidos diversos objetos como videogame, telefones celulares, impressora e computadores, adquiridos recentemente, possivelmente através da prática criminosa, bem como foram localizados cartões de crédito de possíveis vítimas, máquinas de cartão de crédito, possíveis documentos utilizados de forma fraudulenta e uma motocicleta usada no crime.
O suspeito irá responder pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Um segundo suspeito Jonatan Rodrigues de Oliveira está com um mandado de prisão em aberto e é procurado pela PCMG. A ação foi realizada pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Venda Nova, pertencente ao 1º Departamento de Polícia Civil em BH.
Fonte: PCMG