Grupo Impacto de Dança apresenta novo trabalho em Ubá neste sábado
“O outro lado do rio” traz a força e as riquezas das águas e do povo de Minas
Criado pelo coreógrafo contemporâneo mineiro, Alan Keller, o novo trabalho do Grupo Impacto mergulha nas águas doces de Minas Gerais. O que acontece no fundo e as margens dos rios inspiraram Alan e o elenco do grupo viçosense na construção do trabalho que estreou em Viçosa na última semana e chega a Ubá neste sábado (04).
A apresentação acontecerá às 10h30, na Praça Guido Marliere, como parte do Festival da Cultura Popular. A apresentação será gratuita com abertura do Studio Grand Plié.
Antes das apresentações o Impacto fará uma roda de conversa sobre arte, cultura e o fazer artístico no interior. O encontro será às 9h30 na Estaçãozinha.
Sobre a obra
“O outro lado do rio” trata das riquezas que os rios guardam, como os peixes que neles vivem, e dos mistérios que envolvem suas águas e dão origem a lendas e causos passados de geração a geração.
O trabalho também traz para a cena a força transformadora dos rios que atravessam histórias e ajudam a construir caminhos. “Eu nasci às margens do rio de São Francisco e moro atualmente às margens do rio Paraopeba. Vejo de perto toda a força dessas águas, a transformação que provocam nos territórios, na economia e na cultura local”, comentou o coreógrafo nascido em Três Marias.
A mineiridade é ponto de partida para o coreógrafo e permeia o espetáculo nas referências que aparecem em cena, como a religiosidade, e na trilha original feita por Gabriel Canedo. Nos corpos, os movimentos da dança contemporânea se unem aos das danças urbanas. E segundo Canedo o urbano e a contemporaneidade também aparecem na construção musical.
“A trilha mescla elementos urbanos com música regional brasileira e o modo como foi criada, arranjada e gravada é contemporâneo por natureza e carrega o espírito do nosso tempo. Os ritmos, melodias e harmonias evocam sentimentos e sonoridades familiares para qualquer brasileiro. É tudo muito natural e instintivo”, explicou.
Pertencer às águas é uma provocação e um convite feito de forma poética no espetáculo. A alusão à vida dentro e fora do Rio São Francisco, presente no trabalho, reforça a grandiosidade dessas águas que nascem em Minas e percorrem milhares de quilômetros pelo Brasil ajudando a contar histórias, alimentar imaginários e nutrir pessoas.
“A gente fala sobre os rios, mas fala sobre nós enquanto mineiros, seres humanos, uma população miscigenada. O São Francisco tem uma importância fundamental na formação desse país, então a gente está falando, acima de tudo, de Brasil”, disse Alan Keller.
Do avesso
“O outro lado do rio” provoca o público a enxergar além da superfície, além das margens. Elementos cênicos, adereços e os figurinos de Marco Antônio Botelho vão ajudar o público a navegar por lendas como a da Carranca, Mãe d’água e Nego d’água que aparecem no espetáculo.
“As pessoas conhecem um lado, aquele visível aos olhos de todos como as comunidades ribeirinhas, os conflitos, as questões ambientais, mas existe, no outro lado do rio, toda a história, a memória que não é vista, mas é contada pelo povo há anos, toda a parte folclórica do rio São Francisco”, completou Alan.
Transpor obstáculos
Para Alan Keller, a obra conversa com a trajetória e as potencialidades do Impacto. Trabalhando pela primeira vez com o Grupo, ele destacou que o elenco tem “muita força expressiva, física e cênica” e lembrou que o repertório e as vivências do coletivo ajudam a dar consistência ao trabalho desafiador.
“Vejo o Impacto também como um grupo com força de rio. Capaz de atravessar um espaço, de se transportar para outros territórios, outros países. Além de ter a força de um estilo de dança que permanece e que traz a ancestralidade em seus movimentos”.
O espetáculo do Grupo Impacto é parte do Projeto do Instituto ASAS – Manutenção dos corpos artísticos, executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com o patrocínio master da Metalsider e patrocínio de Mundi Center e Trigo Leve. Apoio cultural da Folha da Mata. Numa promoção da prefeitura de Ubá – Secretaria de Cultura, Turismo e Lazer. Realização do Instituto ASAS, Núcleo de Produções Culturais, Núcleo de Arte e Dança e Governo de Minas Gerais – Governo diferente, Estado eficiente.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Coreografia: Alan Keller
Direção geral e artística: Patrícia Lima e Lidiane Jacinto
Bailarinos:Adriano Ramos, Alex Leco, Cecília Silva, Cleison Lana, Felipe Gonzaga, Hellen Priscila, Isabela Miranda, Jean Carlo do Nascimento, Luis Filipe Fil, Rafael Gregório, Rafael Tiko, Sávio Caetano.
Trilha original: Gabriel Canedo
Figurinos: Marco Antônio Botelho
Fotografia: Reyner Araújo
Assessoria de comunicação: Lílian Moura
Design Gráfico: Rita Márcia
Fonte: FIEMG