Homem que matou mulher com 40 facadas e deixou 4 crianças órfãs vai responder por feminicídio

Segundo a acusação, ele cometeu o crime após descobrir que a vítima engravidou de outra pessoa enquanto eles estavam separados

O homem de 29 anos que assassinou sua companheira, Valquíria Lima Dias, de 28 anos, responderá criminalmente por feminicídio. O crime, que ocorreu em 15 de junho no bairro Serapião, em Dom Cavati, no Vale do Aço em Minas Gerais, deixou órfãs quatro crianças de 12, 10, 6 e 1 ano. As duas crianças mais novas são filhas do acusado.

De acordo com a acusação, Valquíria foi esfaqueada 40 vezes. O casal viveu junto por seis anos, período em que o comportamento do homem se tornou abusivo e agressivo. Segundo o promotor de Justiça Jonas Julio Linhares Costa Monteiro, a vítima era impedida de trabalhar e de visitar familiares.

A vítima decidiu pôr fim ao relacionamento devido ao comportamento abusivo do companheiro, que, no entanto, não aceitou a separação e persistia em tentar reatar. Duas semanas antes do crime, Valquíria cedeu às insistências e os dois reataram.

Na noite anterior ao assassinato, o homem descobriu que Valquíria estava grávida de outra pessoa, o que desencadeou uma série de ameaças. “Você não vai ficar comigo nem com ele”, teria dito, segundo a acusação. Posteriormente, ele agrediu a mulher, que tentou chamar a polícia, mas foi impedida pelo agressor.

Durante o ataque, o filho mais velho de Valquíria, de 12 anos, tentou defender a mãe, mas foi impedido pelo agressor, que desferia golpes de faca para trás na tentativa de atingir o menino enquanto atacava a mulher. O jovem correu até uma casa vizinha, implorando por ajuda. A vizinha encontrou Valquíria morta no banheiro e levou as quatro crianças para sua casa.
Captura do Acusado

Após o crime, o homem fugiu com a faca usada no assassinato e uma bolsa, escondendo-se em um matagal. A Polícia Militar iniciou as buscas e o localizou às margens do rio Caratinga. Cercado pelos policiais, ele se entregou.

Procedimento de Pensão Especial

Além da acusação de feminicídio, o Ministério Público de Minas Gerais abriu um procedimento administrativo junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que as quatro crianças recebam uma pensão especial. Este benefício assistencial é destinado a dependentes de vítimas de feminicídio.

Este caso reflete a gravidade da violência doméstica e a necessidade de medidas rigorosas para proteger as vítimas e apoiar os dependentes que sofrem as consequências de tais crimes.

Fonte: Guia Muriaé, com informações do Jornal O Tempo