Líder religioso afirmava que estava “incorporando” espírito para abusar de crianças

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) efetuou, na manhã desta sexta-feira (11/10), a prisão de um homem, de 58 anos, investigado por abusar sexualmente de pelo menos seis crianças. O mandado de prisão preventiva do suspeito de estupro de vulnerável foi cumprido na região do bairro Taquaril, em Belo Horizonte.

Das vítimas identificadas até o momento pela equipe da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), onde tramitam as investigações, quatro delas pertencem à mesma família e têm idades de 5, 7, 10 e 12 anos. O suspeito, líder religioso, alegava para as vítimas que estava incorporando um espírito para justificar os abusos.




Prisão

A prisão decorre de uma investigação que se iniciou há três meses, em junho deste ano, quando chegou ao conhecimento da Depca que o homem estaria abusando de quatro crianças da mesma família, dois meninos e duas meninas, e um dos meninos teria relatado os abusos.




“Essas vítimas ficavam sob a guarda da avó materna, e o homem fingiu um relacionamento com a mulher, aproveitando para abusar das crianças. No curso da investigação, além desse e outro procedimento de 2017, descobrimos mais uma vítima já maior de idade que imaginamos ter sido uma das primeiras vítimas dele”, informou a delegada Fernanda Fiúza, responsável pelas investigações.

Modo de agir




De acordo com Fiúza, o suspeito agia da mesma forma. “Em depoimento, essa que seria uma das primeiras vítimas conhecidas informou que o indivíduo possuía o mesmo modus operandi: ele se aproxima de algum familiar mais vulnerável, ganha a confiança para ter acesso às crianças e pratica os abusos”, relatou a delegada.

Ainda, segundo Fiúza, os abusos eram frequentes até as vítimas atingirem certa maturidade e ter corpo de adulto. “Como subterfúgio, o suspeito falava que não era ele, e sim um espírito que estaria incorporado. Quando essas crianças iam ficando maiores, ele perdia o interesse por elas e partia para outras vítimas. Os abusos acabavam por volta dos 15, 16 anos. Então ele passava a ameaçar a vítima e os familiares”, frisou.




Os levantamentos apontam que o suspeito levava as vítimas para viagens em cidades litorâneas e presenteava as meninas com calcinhas, batons e esmaltes. No curso da investigação, a equipe também teve acesso ao diário de uma das vítimas relatando o que acontecia.

Investigações




Ao todo, são três procedimentos envolvendo o suspeito até o momento. O primeiro refere-se aos fatos ocorridos em 2017, em que a vítima era filha adotiva do investigado e, pelas informações prestadas, a menina, que estava cansada dos abusos, entrou em contato com uma amiga, que se colocou no lugar da outra e também foi abusada.

O outro, denunciado pela tia das quatro crianças da mesma família, resultou na prisão do homem, que manteve um relacionamento com a avó das vítimas, e no curso dessa investigação a equipe da Depca chegou a uma vítima já maior de idade.




O terceiro procedimento, ainda em andamento na Delegacia Especializada, é de uma sexta vítima que frequentava o centro espírita com a mãe para fazer um trabalho espiritual.

Fonte: PCMG




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