MG tem um dos municípios com o ar mais poluído do Brasil
Um estudo feito pela World Air Quality (IQAir), empresa suíça especialista em tecnologia de qualidade do ar, mostrou que o município de Timóteo (MG), localizado no Vale do Aço, figurou entre as cidades com o ar mais poluído do Brasil em 2023, com o pior nível de Minas Gerais.
De acordo com o relatório, a cidade apresentou um nível médio de partículas de poeiras finas no ar, de 10.1 (PM2.5), o que representa de duas a três vezes o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A cidade mineira, com mais de 81 mil habitantes, ficou na frente de grandes capitais brasileiras no ranking, como Fortaleza e Brasília.
Apesar da marca negativa, a qualidade do ar do município apresentou uma melhora em relação a anos anteriores. A IQAir apontou que Timóteo chegou a bater uma concentração de 13.9 (PM2.5) em 2022.
O que gera essa poluição?
A região do Vale do Aço é conhecida pela grande atividade econômica gerada pelas indústrias de minério de ferro. Empresas como Aperam South America, antiga Acesita, localizada em Timóteo, e a Usiminas, localizada em Ipatinga (MG), impactam na qualidade do ar da região há anos.
Em 2023, a Usiminas foi denunciada na justiça pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a pagar R$ 346,7 milhões de danos morais coletivos por conta da poluição atmosférica gerada na região.
Em Timóteo, as empresas desse setor também são alvo de reclamação da população. Em 2023, uma audiência pública promovida pela Câmara Municipal debateu os impactos do excesso de poeira em Cachoeira do Vale, distrito do município.
“Tenho uma loja de roupas na avenida. Imaginem como ficam as roupas brancas? E as araras? Limpo de manhã e à tarde estão tomadas de poeira. Para nós, comerciantes, é constrangedor”, disse uma comerciante durante a reunião.
Qualidade do ar nas cidades brasileiras
Rank com todas as cidades brasileiras analisadas no estudo
– Xapuri (Acre): 21 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Osasco (São Paulo): 19,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Manaus (Amazonas): 16,8 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Camaçari (Bahia): 16,2 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Guarulhos (São Paulo): 16 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– São Caetano (São Paulo): 15,9 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Claro (São Paulo): 15,5 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Cubatão (São Paulo): 15,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);
– Acrelândia (Acre): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Campinas (São Paulo): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Mauá (São Paulo): 14,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Porto Velho (Rondônia): 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– São Paulo: 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Senador Guiomard (Acre): 13,4 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Santos (São Paulo): 13,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Ribeirão Preto (São Paulo): 13 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Jundiaí (São Paulo): 12,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Branco do Sul (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Curitiba (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio Branco (Acre): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Piracicaba (São Paulo): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Rio de Janeiro: 11,7 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Manoel Urbano (Acre): 11,5 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– São José dos Campos (São Paulo): 11 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Taubaté (São Paulo): 10,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Guaratinguetá (São Paulo): 10,2 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Timóteo (Minas): 10,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);
– Serra (Espírito Santo): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– São José do Rio Preto: 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Palmas (Tocantins): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Macapá (Amapá): 8,5 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Cruzeiro do Sul (Acre): 8,4 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Tarauacá (Acre): 8,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Jambeiro (São Paulo): 8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Boa Vista (Roraima): 7,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Guarapari (Espírito Santo): 7 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Brasília: 6,8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);
– Fortaleza: 3,4 (dentro do parâmetro).
Fonte: Brasil de Fato MG