Moradora de Juiz de Fora comemora conquistas com apoio dos programas sociais
A auxiliar de coordenação Marilaine Helena dos Santos é um exemplo de como as políticas públicas de assistência social podem ajudar as pessoas a transpor obstáculos. Casada e mãe de cinco filhos, moradora do bairro Santos Dumont, em Juiz de Fora, ela foi beneficiária do Programa Bolsa Família e participou de vários projetos sociais no município. Hoje, além de conquistar um emprego, está no sétimo período do curso de engenharia de produção.
O contato de Marilaine com os programas sociais começou há quinze anos, quando matriculou o filho mais velho, na época com seis anos, no projeto Curumim, recém criado em Juiz de Fora. “Minha intenção era que meu filho se ocupasse com algumas coisas que poderiam garantir o futuro dele, tinha muita atividade ligada à arte lá”, lembra. Todos os filhos dela passaram pelo projeto.
Naquele período, ela recebia recursos do Bolsa Escola, quatro anos depois o programa seria integrado a outros benefícios, que unificados deram origem ao Programa Bolsa Família. “Fiz muito bom uso daquele dinheiro, ajudou bastante na alimentação da família, mantinha o cadastro atualizado e procurava atender todos os critérios como frequência escolar e vacinas em dia. Em 2014, consegui um emprego e passamos a oportunidade para outras famílias que precisam do benefício”, revela.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 15.731 famílias em Juiz de Fora foram atendidas pelo programa no mês de dezembro de 2015, totalizando mais de R$2,2 milhões repassados ao município.
Os filhos
Com exceção do mais velho, Marilaine conta que quando pequenos, os filhos tinham sérios problemas alérgicos, que chegavam a provocar convulsões. “Muitas vezes, a febre alta pegava a gente de surpresa, isso me impossibilitava assumir algum trabalho regular, por várias vezes saía correndo com as crianças para o hospital”, relata.
Os filhos cresceram e as complicações alérgicas ficaram para trás. Josep, o mais velho, de 21 anos, fez o curso de auxiliar administrativo no Programa Municipal de Atendimento a Adolescentes (Promad), outro projeto social do município. Atualmente ingressou na faculdade de administração, tem apoio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação e trabalha em uma grande empresa de logística na região. “Hoje ele tem uma família, tenho uma neta com dois aninhos”, comemora Marilaine.
Após trabalhar como auxiliar de tecelão em uma fábrica da cidade, Deiverson, o segundo filho, hoje com 20 anos, montou o próprio negócio. “Ele pegou o dinheiro do acerto com a empresa e abriu um salão de cabelereiro. Fiz curso na área e passei os conhecimentos para ele, que adquiriu as habilidades. Viu que tinha talento na área e montou seu próprio salãozinho”, relata a mãe, orgulhosa com o progresso dos jovens filhos.
Marilaine tem mais três filhas, com 17, 15 e 11 anos de idade. A mais velha concluiu o ensino médio, antes queria fazer gastronomia, segundo a mãe ela cozinha muito bem. Agora quer estudar serviço social. A mais nova ainda está no Projeto Curumim e pretende seguir os mesmos passos da mãe, cursar engenharia de produção.
Apoio no Cras
Além do curso de cabeleireiro, Marilaine Helena também participou das aulas de manicure no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), no centro da cidade. Atualmente, a Zona da Mata conta com 118 Cras, e 20 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas); Juiz de Fora possui nove Cras e três Creas, segundo dados do Censo Suas 2014.
“Inscrevia no Cras e era encaminhada para os cursos. Toda vez que eu sabia de algum projeto que poderia fazer diferença na minha vida, aproveitava a oportunidade”, frisa Marilaine que, com apoio do marido, viu nos projetos sociais um aliado para a formação de seus filhos e dela mesma.
Quando a filha mais nova completou quatro anos, Marilaine voltou a estudar. Em 2010 fez um cursinho preparatório, oferecido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e em seguida fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A nota obtida no exame permitia o ingresso em quase todos os cursos, mas o de medicina, que era o seu sonho, não. Quando soube que o curso de engenharia de produção contemplava a disciplina de gestão hospitalar, Marilaine utilizou sua pontuação no Enem para ingressar neste curso.
“As oportunidades apareceram e aproveitei. Têm uns cinco anos que a vida mudou para melhor e tudo isso tem uma raiz que são os programas sociais. Vamos acreditar que podemos fazer a diferença e sermos perseverantes, pois temos as ferramentas para fazer a mudança”, diz Marilaine, que completa 41 anos no próximo dia 18.
Fonte: Sedese MG