Mortes em Minas: PRF faz ‘operação padrão’ em protesto contra indiciamento de colegas
Repasse de informações de inteligência e abordagens a suspeitos estão suspensas por iniciativa de agentes da região de Varginha
Uma atmosfera tensa envolve a Polícia Rodoviária Federal (PRF) da região de Varginha, Minas Gerais, após a adoção de uma “operação padrão” por parte dos policiais rodoviários federais. O motivo por trás dessa medida é o indiciamento de colegas em decorrência de uma operação que resultou em 26 mortes em outubro de 2021.
Na última quarta-feira (6), um ofício assinado por dez agentes lotados no Núcleo de Operações Especiais do estado foi enviado ao chefe da PRF em Minas Gerais, expressando a insatisfação do grupo com a situação. No documento, os policiais destacam a falta de proteção ao policial por parte do poder público e a crescente possibilidade de conflitos com aqueles que violam a lei.
“Eles reclamam da falta de proteção ao policial por parte do poder público. ‘É crescente a possibilidade de os policiais serem colocados em rota de colisão com aqueles que descumprem a lei. No mesmo compasso, a legitimidade de ações de repressão ao crime são constantemente questionadas'”, diz trecho do documento.
Segundo informações obtidas, atividades como informações de inteligência policial e abordagens a veículos suspeitos estão suspensas pelos agentes em protesto. No entanto, equipes ostensivas, responsáveis pela manutenção de postos e aplicação de multas de trânsito, continuarão operando normalmente.
É importante ressaltar que a abordagem direcionada pela inteligência é responsável por importantes apreensões de cargas ilegais, drogas, armas e contrabando, representando uma significativa frente de combate ao crime.
A PRF, por sua vez, emitiu uma declaração afirmando que houve comunicação à gestão em Minas Gerais sobre a desmotivação por parte do grupo de operações especiais devido às recentes apurações. No entanto, a corporação negou qualquer indicativo de “operação padrão” por parte dos profissionais nos últimos dias, alegando que o caso está sendo acompanhado de perto pela Seção de Gestão de Pessoas, responsável pelo bem-estar dos servidores.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do R7