Responsável por Lotérica é condenada por furtos de auxílios emergenciais
No último dia 02 de agosto foi publicada uma sentença que condena a ex-responsável pela Casa Lotérica de Espera Feliz, Wanessa Laclau Bacellar de Souza Lopes, a uma pena de prisão de 2 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão e 14 dias-multa. A pena de prisão foi substituída por duas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade ou entidade públicas, em razão de 800 horas, e limitação de final de semana por 2 anos, 2 meses e 20 dias.
Ela também foi condenada a restituir quatro vítimas, no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) para cada. A sentença reconheceu a prática de 5 furtos qualificados pela fraude e com a agravante de terem sido praticados durante calamidade pública.
O Promotor de Justiça, Vinícius Bigonha, afirmou que já está recorrendo da decisão. Para ele, as várias condutas praticadas pela ré merecem uma reprimenda maior, tendo inclusive pleiteado a condenação ao pagamento de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais coletivos.
Bigonha explicou, ainda, que a razão do inconformismo se dá, pois os crimes de furto qualificado pela fraude praticados pela denunciada, sócia-administradora da Casa Lotérica de Espera Feliz, ultrapassam os lindes do individualismo, afetando, por sua gravidade e repercussão, o círculo primordial de valores sociais.
Segundo ele, não bastasse o fato de Espera Feliz, no mês de janeiro de 2020, ter sofrido com a maior enchente de sua história, que desabrigou 1.500 (mil e quinhentas) pessoas, a acusada subtraiu dinheiro de 10 (dez) pessoas beneficiárias do auxílio emergencial, disponibilizado pelo Governo Federal para pessoas em situação de vulnerabilidade social, o que claramente lesiona a esfera moral da comunidade esperafelicense.
A acusada também pode recorrer da sentença.
RELEMBRE O CASO
A justiça recebeu, em junho de 2020, denúncia contra Wanessa Laclau Bacellar de Souza Lopes. Ela é acusada de ter furtado parte dos auxílios emergenciais de 10 vítimas que foram receber o benefício na Casa Lotérica de Espera Feliz pela qual Wanessa era responsável.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, entre os dias 17 e 29 de abril de 2020 dez pessoas foram lesadas. Elas teriam direito a receber R$ 1.200,00 de auxílio emergencial, mas Wanessa teria repassado apenas R$ 600,00.
O caso começou a ser investigado após várias pessoas beneficiárias do Bolsa Família procurar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social se queixando do valor baixo que teriam recebido de auxílio. A Secretaria fez um levantamento e verificou que essas pessoas tinham direito a valor superior ao que fora entregue na Casa Lotérica.
A Polícia Civil investigou e indiciou Wanessa como sendo a responsável pelos furtos dos valores, e pediu à justiça a prisão preventiva da acusada. A Promotoria de Justiça, através do promotor Dr. Vinícius Bigonha, ofereceu a denúncia e reiterou o pedido de prisão preventiva.
O juiz da comarca de Espera Feliz, Dr. Mateus Leite Xavier, recebeu a denúncia, mas negou a prisão. Ele impôs outras medidas restritivas como o afastamento da suspeita das atividades da Casa Lotérica, o recolhimento domiciliar à noite e aos fins de semana, ela não poderá se comunicar com nenhuma das vítimas e não poderá sair da cidade sem autorização da justiça.
A denúncia do Ministério Público enquadrou a ação no crime de furto qualificado, com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
Durante as investigações Wanessa negou o crime e alegou problemas técnicos em seu equipamento para justificar as inconsistências nos pagamentos.
Fonte: Portal Espera Feliz