“Sonora Brasil” chega a Juiz de Fora com apresentações gratuitas no Sesc

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A 18ª edição do circuito Sonora Brasil, intitulado Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalho, chegará a Juiz de Fora no dia 25 de agosto, com programação totalmente gratuita, até 3 de dezembro. As apresentações acontecerão na unidade do Sesc na cidade, sempre às 19h30. A entrada é gratuita e o espaço está sujeito a lotação.

Em 2016, os grupos Quebradeiras de Coco Babaçu (Maranhão); Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (Bahia); Destaladeiras de Fumo de Arapiraca (Alagoas); e Ilumiara (Minas Gerais) – esse último formado por músicos pesquisadores – estão apresentando em todo o Brasil um repertório especial, criado por meio de pesquisas e vivências nas diversas vertentes dos cantos de trabalho. Com estreia no Pará, os artistas passaram pelas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Até o fim do ano, farão espetáculos no Sudeste e Sul do país. Entre agosto e dezembro de 2015, Minas recebeu a primeira fase do projeto, com o tema Violas Brasileiras.




No estado, também acontecerão espetáculos em Belo Horizonte, de 18 a 21 de agosto, e em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, de 23 de agosto a 5 dezembro.

Sonora Brasil




O Sonora Brasil é um projeto do Departamento Nacional do Sesc que possibilita ao público o contato com a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pela instituição, visando à formação de plateia.

A proposta é despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão de música no país. Todas as apresentações são essencialmente acústicas, valorizando as especificidades das obras e de seus intérpretes. Em sua 18ª edição, o Sonora Brasil consolida-se como o maior projeto de circulação musical do país, com mais de 480 concertos em 130 cidades.




O tema

Cantos de Trabalho traz o canto como expressão musical relacionada às atividades laborais, fato social presente na cultura brasileira desde o século 18, nos ambientes rural e urbano. Na maioria das vezes uma prática coletiva, os cantos de trabalho podem cumprir funções diferenciadas, de acordo com as características do trabalho ao qual estão relacionados e com os determinantes culturais e sociais de cada região ou localidade. Essa expressão musical tem a função tanto de aliviar o desgaste físico e aumentar a produtividade, quanto servir como modo de externar o lamento e a crítica.




Os grupos

Quebradeiras de Coco Babaçu (Maranhão)




O grupo é formado por oito mulheres que trabalham na quebra do coco babaçu e hoje também exercem o importante papel de liderança na defesa e valorização do trabalho das quebradeiras. A prática do canto durante a quebra do coco e na caminhada para os babaçuais é uma experiência que trazem desde a infância, quando acompanhavam os mais velhos na lida diária. O repertório que prevalece hoje está diretamente relacionado à luta política. As músicas tratam de assuntos relacionados à valorização do trabalho, da mulher, dos direitos das minorias e da luta pelo acesso aos babaçuais que estão localizados em grandes latifúndios.

Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (Bahia)




As Cantadeiras do Sisal são mulheres participantes de um grupo de cantos de trabalho que lidam com as várias etapas de produção da fibra, desde o plantio até a fabricação dos produtos derivados. Já o pai e filho Ailton Aboiador e Ailton Jr. são aboiadores reconhecidos na região de Valente, na Bahia. O pai trabalhou por muitos anos na lida com o gado, transportando boiadas pelos campos do semiárido baiano. O aboio “pé duro” foi sua ferramenta de trabalho e as toadas sua companhia em horas de descanso no campo. O filho acompanhava Ailton Aboiador na lida com o gado desde criança, e na adolescência decidiu formar a dupla de canto de aboios e toadas.

Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (Alagoas)




É formado por cinco mulheres de Arapiraca, na zona rural do agreste alagoano, e pelo mestre de coco de roda, Nelson Rosa, conhecido como patrimônio vivo do estado de Alagoas. Os cantos das destaladeiras são entoados em várias vozes com uma só voz no improviso dos versos, geralmente tirado pela líder do salão. Em forma de trovas rimadas, arrastados e sem acompanhamento instrumental, contam a história do cultivo do fumo em Arapiraca, que foi a principal atividade econômica do município por mais de cinco décadas. As mulheres trabalhavam sentadas no chão, destalando e selecionando as folhas ao som de cantigas.

Ilumiara (Minas Gerais)




O Ilumiara é formado por cinco músicos da cidade de Belo Horizonte que também atuam como pesquisadores da temática “cantos de trabalho”. Além das músicas apresentadas, o grupo traz em seu espetáculo a contextualização histórico-social desses cantos no Brasil. Sua apresentação levará ao público um repertório de cantos de trabalho recolhidos da tradição, diretamente em suas fontes, ou a partir de registros de pesquisadores pioneiros, como Mário de Andrade, Oswaldo de Souza e Ayres da Mata Machado.

Programação




* 25/08 – 19h30 – Quebradeiras de Coco Babaçu (MA)
* 13/09 – 19h30 – Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (BA)
* 16/10 – 19h30 – Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL)
* 03/12 – 19h30 – Ilumiara (MG)

Local: Sesc Juiz de Fora (Avenida Barão do Rio Branco, 3.090, Centro)

Mais informações: (32) 3311-6930

Fonte: Sesc MG

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